Alcaçuz

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Dentro da multidão, já estávamos longe o suficiente para que eu não visse nem sequer o telão de propaganda de maquiagem, onde estavam fazendo a reportagem. Minho continuava me puxando incansavelmente, parecia querer fugir das pessoas o mais rápido possível.

— Minho, alguém estava me chamando.

— Deve ser só um maluco retardado.

— Mas ele sabia o meu nome.

Novamente eu pude ver o impacto das minhas palavras, sua voz se abaixou, ele parou de andar e lentamente se virou para mim.

— Como é...?

— Ele me chamou pelo o meu nome, S/n, estava gritando o meu nome!

Seus olhos doces haviam desaparecido, sua mão apertou envolta da minha, me fazendo estremecer levemente ao perceber que algo a mais estava tomando conta do seu rosto. Eu conhecia essa expressão, a face ciumenta que ele não tinha medo de desmonstrar.

— Quem é e o que ele estava fazendo te chamando?

— Aquele repórter de cabelo loiro, era ele. – não sei porque disse, mas meu peito afundou assim que me referi a ele.

Seus olhos pareciam mais perfurantes que uma lâmina, estavam escuros como sombras e suas pupilas pareciam perder o brilho. Como se formassem rabiscos enosados desconexos, eu não senti mais nada além de ansiedade percorrendo as minhas veias. Temi o que se passava na sua cabeça.

— Sabe voltar pra casa sozinha? – acenei positivamente com a minha cabeça – Ótimo, pode ir sem mim, não é muito longe e você tomou seus remédios hoje.

— O que irá fazer?

— Lembrei que eu tenho alguns... Probleminhas a resolver com um amigo próximo. – sorriu tranquilo, mas aos meus olhos, era macabro – Não vou deixá-lo na mão.

Ele se inclinou ligeiramente, me dando um selar na minha testa como uma despedida temporária.

— Vou indo, bonequinha, não ouse ir longe do caminho pra casa, porque eu vou saber! – sorriu estranho, e suas palavras eram mais ainda. E me deixando sozinha, andou para uma direção que eu não sabia o que ele faria. Mas eu temia.

Esperei ele sumir de minha visão, nem eu sei o porque que eu esperei ele desaparecer. Mas a cada passo que ele deu, meu coração apontava uma seta, e não era uma seta do cupido, mas sim como uma mortal flecha que arrancava o meu peito fora.

[• • •]

Estava com mal pressentimento. Quase chegando no meu apartamento, mas algo me dizia que algo estava acontecendo de errado, muito errado. Vi meu prédio a duas quadras na frente e pude me deixar relaxar por um momento.

A rua estava bem movimentada, mas não cheia, e isso me dava um conforto melhor de não estar sozinha, mesmo com tantas pessoas. Você entendeu, ser mulher e andar sozinha em uma rua é foda.

— Você mora por essa região?

Meu peito afundou quando ouvi alguém perguntar isso ao meu lado, olhei rapidamente para ver quem era o indivíduo, e era o moço da regata, ou Rapaz Pão de Ló. 

— Desculpe, acho que te assustei chegando assim do nada, não é?

— Sim... Exatamente...



















Point of View
Felix Lee

H

á 4 dias atrás, eu finalmente recebi uma proposta para repórter no exterior da Coréia do Sul, era aliviador um país fluente no inglês para minha convivência, coreano ainda não era o meu excelente forte. E também, era uma forma de me distrair um pouco do acontecimento...

Possessão Açucarada - Imagine YANDERE Lee KnowOnde histórias criam vida. Descubra agora