O refúgio do silêncio 📿

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“ Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos ”

“ Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos ”

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Vincenzo Santoro

Depois da visita que fiz a Marília, e de nossa conversa, refleti muito e cheguei a uma decisão.  —  Preciso me afastar.  —  Desde que cheguei a Assis me senti acolhido e seguro, mas de repente, tudo se tornou um campo de batalha para minha alma. Preciso de um lugar onde possa pensar com clareza, longe das tentações que Eleonor representa, onde possa me reconectar com minha fé.

Avisei padre Abílio que precisava de um tempo fora para resolver algumas questões particulares.  —  Depois disso pego meu carro e sigo até um antigo mosteiro em Florença, um lugar que já visitei algumas vezes em retiros espirituais.  —  O mosteiro, um lugar um pouco mais isolado, parece ser o lugar perfeito para me reconectar.

Quando chego ao mosteiro já é tarde da noite, uma leve brisa me atingi assim que desço do carro e posso jurar que a febre que ardia dentro de mim cessou por um breve momento

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Quando chego ao mosteiro já é tarde da noite, uma leve brisa me atingi assim que desço do carro e posso jurar que a febre que ardia dentro de mim cessou por um breve momento.  —  Bati na porta de madeira antiga, e logo ouvi passos antes da porta se abrir e um monge que já vi em outras visitas vir me atender. 

— Padre Vincenzo, o que o traz aqui a esta hora?  — Pergunta surpreso.

— Preciso de silêncio… e de tempo para orar  — Respondo com certo cansaço, um cansaço que não é apenas físico.

Sem fazer mais nenhuma pergunta, ele me conduz até uma pequena cela, onde uma cama simples e uma cruz de madeira na parede são os únicos móveis.  —  O agradeci e entrei, fechando a porta atrás de mim.

O silêncio do lugar me envolve de imediato, no mosteiro não há ruídos da cidade, apenas o som suave do vento. É exatamente o que preciso, mas, ao mesmo tempo, a quietude expõe meus sentimentos, que me deixam sem escapatória.

Me ajoelho diante da cruz na parede, buscando desesperadamente uma conexão com Deus, uma orientação. Mas as palavras de Eleonor ainda ecoam em minha mente, e as emoções que tentei suprimir, agora estão emergindo com uma força esmagadora.

— Meu Deus… — Murmurei, com o peso da dúvida  — Por que permites que eu sinta isso? Porque me deixas tão dividido?

Fico em silêncio por um longo tempo, esperando por uma resposta, um sinal, qualquer coisa que me mostre o caminho certo.  —  Mas o que encontro é apenas o som da minha própria respiração e o frio do chão sobre meus joelhos.

Meu doce Pecado 📿Onde histórias criam vida. Descubra agora