Oi galera, vim me desculpar pela demora para postar o capítulo e avisar que esse capítulo esta enorme com 4880 palavras
_________________________________________Pov Six
O orvalho suave da manhã formava uma camada úmida de ar que deixava minha pele levemente brilhante. A grama molhada sob meus pés me distraía da dor que sentia em todo o meu abdômen... ao menos não dói tanto quanto antes.
Olhei para o garoto que me seguia. Por trás dos buracos no papel de sua máscara, que eram seus olhos, eu conseguia ver que a pele próxima a eles estava levemente enrugada, como se ele estivesse sorrindo... esse garoto é estranho. Virei meu rosto para a frente, ignorando totalmente o olhar do garoto. Enxergava apenas com o olho esquerdo, devido à faixa que cobria meu olho direito. O silêncio confortável reinava entre nós, até eu ouvir um sussurro baixo vindo do garoto.
Ele sussurrava coisas incompreensíveis. Apenas mantive meu passo, ignorando qualquer tipo de sussurro ou fala do garoto. Conhecia cada planta daquela floresta, mas nunca consegui ver suas cores de verdade. Olhei para trás e vi algo entre as folhas em que o garoto estava prestes a pisar.
— Não se mexe. — Vi o corpo do garoto ficar levemente tenso, fazendo-o recolher seu pé para trás suavemente. Olhei em volta e vi o que parecia um galho solto, amarrado nos cipós de uma das enormes árvores. Desembainhei minha faca da cintura e, com passos cautelosos, caminhei, olhando para o chão.
Por mais que não pareça, o caçador é bem esperto e coloca as armadilhas em lugares bem estratégicos. Acho que nunca vou saber por que ele fez aquilo.
Corria pela floresta rapidamente, não sabia como havia me metido nessa situação, mas sair dela seria o desafio. Ouvia os sons de patas batendo contra a grama, quebrando-a e agitando os pássaros à volta, do mesmo jeito que agitava a batida do meu coração e descontrolava minha respiração.
O vento passava e fazia com que os fios dos meus curtos cabelos voassem. Tentava não pisar em nenhuma armadilha, mas a pressão de ser perseguida por aquelas feras sarnentas estava me deixando muito nervosa. Olhei mais à frente e vi algo um pouco mais desbotado do que qualquer folha seca daquele lugar.
Desacelerei o passo, sabia que eles iam me alcançar de qualquer jeito. Me preparei rapidamente e, quando ouvi o barulho quase em meu pescoço, pulei rapidamente para o lado e rolei pelo chão até bater a barriga com força em uma árvore... minha visão estava turva, e pude ouvir quando a armadilha fechou com força e os choros e rosnados que, junto ao barulho das folhas se remexendo, me mostravam que eu havia conseguido.
Virei suavemente o meu rosto e vi o canino totalmente preto se contorcer com duas patas fechadas na armadilha. Fazem quatro meses que eu vim parar nessa floresta depois de... minha linha de raciocínio foi cortada quando o som de uma pequena explosão pôde ser ouvido, parando logo em seguida com os choramingos do lobo, que agora estava deitado e morto, com um grande buraco em sua cabeça e seus olhos ejetados para fora do rosto, segurados apenas por pequenos nervos grudados neles.
Vi quando algo saiu da floresta e caminhou em direção ao corpo do canídeo. Aquele ser enorme usava uma espécie de saco de fibra em sua cabeça e empunhava uma espingarda enorme. Ele se abaixou ao lado do corpo do lobo e começou a analisar sua pele e pelos. Tinha que sair dali agora ou eu seria sua próxima presa.
Tentei me levantar, minhas pernas falhavam dolorosamente, não sentia nada além da dor alucinante em minhas pernas e braços. Coloquei minhas mãos no chão, e meus braços automaticamente falharam, fazendo-me cair como um cervo machucado. O barulho fez com que aquele ser levantasse a cabeça e olhasse para mim.
Ele lentamente se levantou do corpo ensanguentado da criatura morta à sua frente e veio em minha direção. Meu corpo se arrepiou, e minhas pernas tentaram, de maneira inútil, me levantar do chão. Sem ter o que fazer, me encolhi e fechei os olhos, esperando que um tiro atravessasse minha cabeça logo.
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Caminhando no Passado
RomanceTudo ao meu redor desmoronava sem parar. A Torre estava se libertando. Sentia choques por todo o meu corpo, minha cabeça latejava enquanto gritos desesperados eram emitidos no meu cérebro. Por trás daquelas paredes de concreto abaladas, havia pedaço...