Capítulo 6 - A Raposa negra

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Aviso: O capítulo a seguir contem.

Depressão profunda com uma dose de ansiedade e crises de pânico. Muita desgraça e infelicidade e um pouco de violência.

Sabe porquê temos isso tudo nesse capítulo?

Porque estaremos na visão da Six.

Apertem os cintos e chorem a vontade

Galera, eu espero que não tenha problema a Six e o Mono passarem 2 ou 3 capítulos em algumas casas, já que eu quero desenvolver eles melhor durante o descanso

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Pov Six

Olhei a casa toda de cima a baixo. Não estava organizada, mas bagunça também não era a descrição correta. Mono logo se moveu e agarrou o enorme colchão da cama, tentando puxá-lo e jogá-lo ao chão. Caminhei lentamente até a cama e fiz o mesmo, puxando com força até ele finalmente cair na madeira. O som do momento em que o tecido atingiu o chão me trouxe de volta para a floresta.

O momento em que o tiro atingiu o corpo dele, que caiu com sangue jorrando de suas costas. A imagem do vermelho carmesim se espalhando na grama me fez arfar e dar dois passos para trás. Meus olhos vidrados na cena do líquido vermelho desbotado esguichando. Ele então levantou a cabeça e olhou para mim, sua mão esquerda se estendendo suavemente em minha direção enquanto tentava rastejar até mim, mesmo com o pé preso em uma armadilha.

— Six!? Tá tudo bem?! O colchão caiu em cima de você?! Tá machucada?! — Mono veio correndo até mim, tirando minha mente daquele sonho obscuro. Olhei para ele, meus olhos levemente arregalados de choque, quando ele agarrou meu braço. Rosnei baixinho, puxei meu pulso do aperto dele e respirei fundo.

— Não me toca… — Minhas palavras não tinham sentido. Eu queria apenas me afastar. Dei dois passos para trás, sentindo meu corpo formigar. Uma voz no fundo de minha mente ressoava alto e sem parar.

É tudo culpa sua!

Sua mãe tinha razão…

Meu coração doía muito. Eu mal conseguia respirar. Naquele momento, eu realmente cogitei simplesmente abraçar a primeira coisa na minha frente e chorar, mas segurei meu corpo e tentei respirar fundo. Me afastei até a lareira do quarto e me sentei lá. Não conseguia saber a cara que Mono estava fazendo por conta da sacola de papel, mas ele apenas se virou e voltou a preparar a cama.

Usei isso para me acalmar, olhei para ele arrumando todo o quarto delicadamente e com todo o cuidado. Ele deu um jeito de achar cobertores e travesseiros que estavam guardados na sala, em algum armário. Abracei meus joelhos e fiquei sentada olhando para ele. Foi quando, de repente, ele se aproximou de mim com um cobertor em mãos. Me assustei e tentei me afastar. O garoto não se deixou vencer e colocou o cobertor suavemente ao meu lado.

Olhei confusa quando ele simplesmente se afastou, foi até o enorme colchão e se deitou. Mesmo deitado, ele deixara um espaço com um travesseiro para mim. Mantive-me sentada, encostada perto da lareira. Não queria dormir com ele por perto, mesmo que eu pudesse me defender caso ele tentasse algo, eu tinha medo.

Suspirei fundo e me levantei suavemente. Meus passos silenciosos passaram despercebidos pelo mais alto, que estava deitado na cama, provavelmente já dormindo. Andei até a janela com passos lentos, o assoalho rangia levemente. O barulho não era alto nem incômodo. Cheguei até a janela e me sentei nela, o vento que entrava bagunçava meus fios e tentava tirar a faixa de meu olho.

Olhei para o céu escuro que, a essa hora da noite, estava totalmente limpo. Pela falta de iluminação de toda a cidade, a única luz presente era a da Lua e a luz de apenas alguns postes que quase nem iluminavam. Estava tranquila, apenas olhando para as estrelas e contando-as. Estava com fome, mas não tínhamos o que comer. Quando ele caiu depois do tiro, a mochila que estava com ele amassou toda e a comida virou pó. Respirei sem pressa e olhei para o garoto adormecido. Sentia que ele era como um amigo distante que eu já havia visto.

Caminhando no PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora