Sombras no Ar: O Presságio dos Corvos

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Após o culto, enquanto a família de Richard se preparava para sair, Clarisse, com seu habitual sorriso caloroso, os convidou para almoçar em sua casa. "Eu adoraria ter vocês todos na minha casa hoje," disse ela, voltando-se especialmente para Liz. "Acho que você vai gostar de ver minha casa, Liz."

Liz ficou animada com a ideia. Era a primeira vez que ela veria a casa de Clarisse, e a curiosidade tomou conta dela. "Claro, tia Clarisse! Será ótimo!"

Enquanto todos caminhavam em direção aos carros, Liz e Leo rapidamente decidiram que iriam no carro de Clarisse, deixando Richard e Leandra para segui-los no carro da família.

"Podemos ir com você, Clarisse?" Leo perguntou com um brilho nos olhos, claramente empolgado com a novidade.

"É claro, meu querido! Será um prazer ter a companhia de vocês."

No entanto, antes de entrarem no carro, um bando de corvos apareceu no céu, suas asas negras cortando o ar de maneira ameaçadora. Eles desceram em grande número, pousando nas árvores e fios ao redor. O som de suas asas e seus grasnados ecoavam pela rua, criando uma atmosfera inquietante.

Liz e Leo pararam, seus olhos arregalados de surpresa e um toque de medo. "O que é isso?" Liz perguntou, sua voz vacilando um pouco.

Clarisse, percebendo o nervosismo das crianças, sorriu tranquilamente. "Não se preocupem, crianças. É apenas a temporada dos corvos. Eles vêm para a cidade durante o inverno e ficam por aqui até o início da primavera. Temos até um festival em homenagem a eles, chamado 'Festival dos Corvos'. É uma tradição antiga na cidade, e eu tenho certeza de que vocês vão adorar."

Leo, ainda um pouco apreensivo, olhou para Clarisse e perguntou: "Festival dos Corvos? Eles não são... assustadores?"

Clarisse riu suavemente, passando a mão pelos cabelos de Leo. "Eles podem parecer assustadores, mas são inofensivos. Além disso, no festival, a cidade fica muito animada, cheia de música, comida e diversão. Vocês vão gostar, eu prometo."

Liz e Leo se entreolharam, ainda não completamente convencidos, mas confiaram na tranquilidade de Clarisse. Enquanto entravam no carro, os corvos continuavam a circular acima deles, como uma sombra que os acompanhava.

Richard e Leandra observavam de longe, também notando o estranho comportamento dos corvos, mas sem dizer nada. Eles seguiram Clarisse em silêncio, mantendo seus pensamentos para si, enquanto a imagem dos corvos continuava a perturbá-los.

Clarisse conduziu o carro pela estrada que levava à sua casa, uma construção que, à medida que se aproximavam, contrastava com a arquitetura mais tradicional e antiga da cidade. A casa de Clarisse era moderna, com linhas retas e janelas amplas, oferecendo uma visão clara do exterior. O acabamento em tons neutros e detalhes em vidro e aço inoxidável davam um toque de sofisticação ao lugar.

Quando o carro parou na garagem, Liz e Leo saltaram animados, ainda observando a residência. Leandra e Richard estacionaram logo atrás, e enquanto saíam do carro, Leandra não conseguiu conter a admiração. "Clarisse, sua casa é realmente linda! Muito diferente do que imaginei para essa cidade."

Clarisse sorriu, claramente satisfeita com o elogio. "Obrigada, Leandra. É uma casa que conseguimos através da corretora de imóveis, um dos benefícios do meu trabalho. Nós escolhemos tudo, desde o design até os acabamentos. Queria algo que refletisse um estilo mais contemporâneo, mas que também fosse acolhedor."

Richard olhou em volta, notando como a casa se destacava em meio às outras mais tradicionais na vizinhança. "Definitivamente, é um lugar único. Combina muito com você."

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