Véus de Segredos

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Liz caminhava ao lado de Clarissa, tentando processar o que havia acabado de acontecer. Ao chegarem em casa, Clarissa abriu a porta e deu passagem para Liz, que entrou apressadamente, ainda perturbada pela estranha experiência com a senhora na balança.

Liz subiu as escadas rapidamente, indo direto para o seu quarto, enquanto Clarissa ficava na sala com Leandra. Ao ouvir a porta do quarto de Liz se fechar, Leandra se aproximou de Clarissa com um olhar preocupado.

"O que aconteceu, Clarissa? Você encontrou a Liz andando por aí sozinha?"

Clarissa assentiu, parecendo também preocupada. "Sim, Leandra. Ela estava conversando com alguém, mas quando me aproximei, não havia ninguém lá. Ela parecia... estranha, confusa. Eu realmente acho que algo não está bem com ela."

Leandra franziu a testa, claramente aflita. "Mas ela não mencionou nada no almoço. Será que está escondendo algo de nós? Talvez a mudança tenha sido mais difícil para ela do que imaginamos."

Clarissa suspirou. "Pode ser. Talvez seja uma boa ideia levá-la para conversar com alguém, um terapeuta talvez. Às vezes, falar com um profissional pode ajudar a esclarecer esses sentimentos confusos."

Leandra assentiu lentamente, absorvendo as palavras de Clarissa. "Você pode ter razão. Não quero que ela sofra sozinha."

Enquanto as duas conversavam, Liz estava em seu quarto, tentando acalmar sua mente. Ela não conseguia entender o que havia visto ou sentido na rua, e a preocupação de que estivesse imaginando coisas começava a dominá-la. Sentada na cama, ela olhou para o seu reflexo no espelho e se perguntou em voz alta: "Será que estou ficando louca?"

Entretanto, a conversa entre Leandra e Clarissa continuava na sala, com Clarissa reforçando a necessidade de um acompanhamento para Liz. "Vamos observá-la mais de perto e, se necessário, procurar ajuda. Não quero que ela se perca nesses pensamentos sombrios."

Leandra concordou, decidida a fazer tudo o que fosse possível para garantir o bem-estar de sua filha. "Obrigado, Clarissa. Eu farei isso. Precisamos cuidar dela, principalmente agora, nesse novo ambiente."

Clarissa sorriu, apoiando a irmã. "Estamos juntas nisso, Leandra. Vamos passar por essa fase difícil juntas, como sempre fizemos."

Com isso, Leandra sentiu um pouco de alívio, sabendo que podia contar com Clarissa. Ela subiu as escadas para verificar Liz, determinada a mostrar que estava ali para ela, não importa o que acontecesse.

A casa estava envolta em um silêncio profundo. Todos estavam dormindo, finalmente encontrando um pouco de paz após o dia agitado. No quarto de Leo, o pequeno garoto se mexeu, incomodado por uma necessidade urgente. Ele abriu os olhos, sentindo o frio da noite e a escuridão envolvente. Relutante, ele se levantou e saiu de seu quarto para ir ao banheiro.

O corredor estava escuro, com apenas a luz fraca da lua iluminando o caminho. Leo fez seu caminho rapidamente, tentando não acordar ninguém. Após usar o banheiro, ele lavou as mãos e, ainda sonolento, começou a voltar para o seu quarto.

Ao se aproximar da porta de seu quarto, Leo parou abruptamente. Lá, ao lado da porta, uma criança estava sentada no chão, brincando com um carrinho de brinquedo. A luz da lua iluminava fracamente a cena, mas era suficiente para Leo ver os detalhes. A criança tinha cabelos escuros e estava vestida com um pijama antigo, um estilo que ele nunca havia visto antes.

"Oi, você está brincando sozinho?" Leo perguntou, curioso, sem um pingo de medo em sua voz infantil.

A criança levantou os olhos para Leo, mas não respondeu. Continuou a empurrar o carrinho para frente e para trás, seus olhos parecendo vazios e sem emoção. A inocência de Leo o fez se aproximar mais, sentando-se ao lado da criança.

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