𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝕿𝖗𝖊𝖘 - 𝕽𝖊𝖊𝖓𝖈𝖔𝖓𝖙𝖗𝖔

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QUINZE ANOS se passaram desde que Isolde embarcou escondida no navio de seu pai e foi para as ilhas do norte, ela matou seu primeiro dragão lá, e ao chegar de volta em seu lar foi aplaudida por todo o seu povo.

A sensação de se sentir importante, de ver o orgulho brilhando nos olhos de seu pai, aquilo foi tão grande que ela não parou por ali, ela continuou crescendo, lutando e treinando. A pequena garota viking de 11 anos agora tinha 26, muita coisa aconteceu nesses tempos, começou a sair em expedições, fez viagens, conheceu pessoas, algumas boas, outras ruins, ela ficou conhecida por boa parte do arquipélago, como uma caçadora formidável, corajosa e valente.

Mas um dia tudo isso mudou, o seu caçula, aquele que ela sempre lutou para proteger do mundo, havia alcançado o que antes para ela era impossível, ele agora domava aquelas feras, e criava laços com elas, está certo que ele perdeu uma perna no processo, mas valeu a pena.

E gora existia uma dúvida que não saia da cabeça dela, o que seria de si? Ela passou anos construindo uma reputação, e agora isso não servia de nada, todos estavam se adaptando bem, e até mesmo ela possuía um dragão agora, uma fúria do fogo chamada brasa.

A questão era oque ela faria da sua vida a partir de agora, ela se sentia perdida, e pior, deslocada, ela sentia que precisa encontrar seu propósito de vida. Seu pai começou recentemente a tocar demais no assunto de ela ser futura chefe de Berk, que já estava na hora de outra pessoa assumir seu posto, e como ela é a primogênita, seria a escolha natural.

Agora ela estava em seu quarto, sentada em sua banqueta de frente para uma bancada de madeira bruta fixa a parede, ela rabiscava em seu caderno, quando uma batida forte em sua janela a assustou, era tarde da noite, e seu quarto ficava no andar superior da cabana.

Com cautela ela se aproximou, abriu a janela e olhou ao redor, não viu nada, quando direcionou seu olhar ao chão viu logo abaixo um terror terrível meio zonzo e cambaleando. Ela fechou a janela e saiu de seu quarto, desceu as escadas silenciosamente para não acordar seu pai, foi até a entrada de sua cais e abriu a porta o suficiente para passar.

Se aproximou do pequeno dragão e acariciou a cabeça dele, estava se perguntando como ele havia batido contra sua janela quando percebeu um pergaminho preso ao tornozelo do pequeno dragão, com cuidado ela retirou e acenou para ele. Ela voltou para o seu quarto já desenrolando o papel pelo caminho, era um bilhete de seu irmão, que atualmente morava em uma ilha remota com alguns cavaleiros de dragão.

“Precisamos de reforço”

“soluço”

Por um momento ela se iluminou, ela adorava sair nessas viagens, principalmente ajudar eles, e fazia um tempo que não via seu irmão. Isolde rapidamente foi atrás de uma bolsa e colocou nela tudo que precisava, no começo ela havia partido com eles quando estavam a procura da ilha, e voltou a Berk somente por conta de seu pai ter necessitado de ajuda. Ela tinha sua própria cabana no domínio, e sendo honesta já estava com saudades.

Naquela noite mal conseguiu dormir, e saiu logo ao nascer do sol, deixou um bilhete para seu pai e lançou voo rumo àquela ilha. A viagem foi tranquila, fazia tempo que ela e brasa não voavam por um percurso tão longo, elas treinaram algumas manobras pelo caminho, para relembrar, e cerca de algumas horas depois ela chegou.

Desceu na estação das baias, olhou ao redor contemplando todo o domínio, percebeu estar tudo silencioso, silencioso até demais, ela foi dar um passo a frente quando uma explosão surgiu no meio da floresta, e então escutou uma voz berrando vinda do local da sala de reuniões.

— Oque vocês fizeram dessa vez? — era Astrid — juro que mato eles

Ela montou na Tempestade e foi em direção à explosão, “Gêmeos” Isolde pensou. Logo atrás de Astrid Soluço saiu, colocou as duas mãos na cintura e observou ela voar, balançando a cabeça em negação, Isolde cruzou seus braços e levou os dedos a boca lançando um assobio alto, ele se virou de costas e viu ela. Imediatamente ele esboçou um sorriso largo para ela, montou em Banguela e foi em sua direção.

— Isolde! — ele a abraçou — você veio — ele a soltou

— Não tinha como recusar um convite vindo do meu caçula — ela olhou para ele e sorriram um para o outro — vamos, me conte, como andam as coisas? O que eu perdi?

𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗘𝗦 𝗘 𝗚𝗔𝗥𝗥𝗔𝗦   ||   𝑽𝒊𝒈𝒈𝒐 𝑮𝒓𝒊𝒎𝒃𝒐𝒓𝒎 Onde histórias criam vida. Descubra agora