11

17 4 27
                                    

Antes do jantar, Mia esperou pelos amigos no ponto de encontro. Kate tinha chegado logo em seguida, e elas conversaram sobre suas aulas e a interação constrangedora da garota com o professor Alec até que o restante do grupo chegasse.

Os três vinham conversando alto, rindo, como era costume. Ao se aproximarem de Kate e Mia, as cumprimentaram ainda sorrindo e sentaram-se juntos no banco.

— Como foi a aula de vocês? — Mason perguntou, mostrando-se bastante interessado. Mia o observava calada, esperando o momento de revelar sua carta na manga.

— Foi cansativo — Kate respondeu, enquanto Mia deixou que ela falasse sem ser interrompida. Ela queria ser a última a falar. — Mas eu gostei. A professora é muito dura, pancada mesmo. Mas acho que posso me acostumar.

— É a Ripley? — Marcus questionou, e se arrepiou ao dizer aquele nome e Kate confirmar sua suspeita. — Eu também tive aula com ela quando cheguei. Foi terrível.

— Ela é bastante rígida, mas o método funciona. Já consegui entender muita coisa sobre o meu poder que eu nem fazia ideia.

— E você, Mia? — Lys perguntou. — Nunca te vi tão quieta.

— Foi bem interessante — Mia respondeu sem demonstrar muita emoção. — Eu treinei a metamorfose com aquele careca bigodudo, virei passarinho, virei gato, e depois que a aula acabou descobri que existe um esquema de tráfico aqui no instituto e que um garoto que cria portais vende produtos de fora para outros alunos.

Foi possível ver os olhos de todos ali se arregalarem ao que Mia terminou de falar. Ela observava suas unhas como se não tivesse dito nada demais, apenas algo trivial do dia a dia. Depois, ela desviou seu olhar para Mason, que estava particularmente ainda mais chocado e com o rosto vermelho, encarando a garota.

— Do que você está falando? — Kate quebrou o silêncio. Ela era a única que ainda não fazia ideia de nada.

— Você acredita, Kate? Nossos amigos não nos contaram o segredo deles. Querem fazer isso agora?

Mason suspirou. Depois, ele ergueu os braços e se espreguiçou, fazendo com que suas costas estalassem. Ele fez o possível para voltar ao seu estado normal de cara tranquilo, e então começou a falar:

— Foi a ruiva e a namoradinha dela que te contou, não foi? Acho que vou parar de negociar com elas, elas não são nada discretas. Era óbvio que alguém iria entrar naquela banheiro e descobrir tudo a qualquer momento.

— Por que você mesmo não me contou? Fala sério, todas as vezes que eu falei que esse lugar é uma prisão vocês vinham com o papo de que "é assim mesmo, você se acostuma". Aí de repente eu descubro que você sai pra passear e fazer compras quando bem entender? Eu quero ir junto!

Lys e Marcus riram, como se o que Mia tivesse dito fosse um absurdo.

— Mia — Lys se levantou e foi para perto da amiga, segurando seus ombros e falando perto de seu ouvido por trás dela. — Esse tipo de coisa não se sai falando por aí de qualquer jeito. Você sabe que, se formos descobertos, já era para todo mundo.

— E eu não saio do instituto pra passear — Mason esclareceu. — Vou te contar porque você é minha amiga. Olha, é simples: primeiro eu faço um portal bem pequeno em alguma loja, do tamanho do meu olho, para ver se não tem ninguém por perto. Depois eu aumento e vou pegando as coisas.

— Você rouba?! — Kate tentava assimilar o que ouvia, e tudo lhe parecia apenas um grande absurdo.

Mason deu de ombros.

— Oferta e demanda. Só faço isso porque me pagam. E eu só pego do Walmart, não de lojas pequenas. Eu jamais roubaria de trabalhadores que dão duro para conseguir as coisas.

Instituto Vortexia - SubversãoOnde histórias criam vida. Descubra agora