Why goodbye hurts so much? Pt. 1

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Lalisa Manoban.

Era quarta-feira, dia 9 de março. Não foi um dia tão agradável. Brincava com a comida que serviam na cantina da escola sem nem perceber, estava no meu mundinho enquanto Suzy tagarelava sem parar alguma coisa sobre o feriado dela.

- Mas é óbvio que eu não aceitei! - E então as duas riram. - Porque a Lisa não riu da minha história super engraçada e intrigante? - Balançou a mão sobre meus olhos para ver se eu estava acordada.

- Ah, oi? Desculpa, eu estava em outro lugar.

- Percebemos. Pensando no que?

- Nada. - Resmunguei.

- Zye... - Iu chamou sua atenção.

- Ah, eu me esqueci. Desculpa, Lisa.

- Está tudo bem, eu vou ao banheiro, me encontrem na sala. - Me levantei dali e joguei toda a comida fora, desperdício eu sei, mas estava impossível de comer.

A água fria jogada no meu rosto me fez acordar um pouco. Me olhei no espelho e era visível as olheiras de tanto estudar na noite passada. Eu não viria à escola hoje, eu nunca venho neste dia em específico. Mas tinha prova, não podia faltar.

Física quântica rodava minha cabeça e me deixava enjoada. Hoje não foi meu dia.

E se eu matasse aula? Afinal, a avaliação aconteceu no primeiro horário.

Pelo reflexo do espelho, vi a janela que caberia facilmente um corpo ali, e tinha leve impressão de que essa janela dava para trás do colégio, onde quase ninguém ia lá. Ainda faltavam vinte e cinco minutos para o intervalo acabar, era mais que suficiente para eu pegar minha mochila e vazar.

Um post-it rosa estava colado na mesa das duas meninas, com um recado avisando que eu iria embora, mas que eu ficaria bem.

Me tranquei na última cabine do banheiro e subi na privada para alcançar a janela um pouco alta.

Enquanto jogava a mochila para outro lado, pensei que eu poderia só ter falado que estava passando mal e ir pelo portão principal. Mas isso daria uma confusão e eu sairia no horário normal de qualquer jeito.

Uma perna e depois a outra, um pulo e uma aterrissagem perfeita!

Bati diversas vezes para tirar o pó que ficou no meu moletom.

- Merda. - Murmurei.

- Que coisa feia, matando aula, Manoban? - Me virei para onde a voz veio. Era uma garota, roupa despojada acompanhada de um coque bagunçado, olhos fundos e sonolentos, mostrava uma provável aluna que estava nem aí para a escola, ou mesmo para sua própria aparência. Ela tinha o cabelo preto, com muitas mechas vermelhas.

Ela estava apoiada no muro enquanto fumava um cigarro. Dando uma última tragada, jogou o cigarro já grama e veio sorrindo até mim.

- Perdão, quem é você? - Perguntei curiosa.

- Prazer, Momo. - Esticou a mão para me cumprimentar.

- Momo? É japonesa? O nome, no caso.

- Tipo isso. - Me estendeu o maço de Malboro que tirou do bolso. - Aceita um?

Tá, confesso que eu queria muito.

Já faz dois anos que eu não fumava, mas hoje o dia já estava um lixo mesmo. E só um não faria diferença.

Puxei um e enfiei na boca. Procurei na minha mochila um isqueiro, quando virei pro lado, a tal Momo estava com um na mão.

Senti novamente uma adolescente rebelde de pais conservadores. Virei pra menina e ela estava fumando também.

ʟɪᴋᴇ ᴀ ʙᴀʙʏ ✿ ʲᵉⁿˡⁱˢᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora