História Bônus: Doce prática, frequentemente repetida.

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História Bônus: Doce prática, frequentemente repetida.

Autor (a): Touko Amekawa.


RISHE SABIA BEM a importância de praticar com frequência. Mesmo que tivesse dificuldades com alguma coisa no início, ela entendia que, se se esforçasse para praticar, um dia poderia ver melhorias. Com esse objetivo, Rishe olhou para a mão de Arnold enquanto eles viajavam na carruagem de volta para a capital, com as bochechas coradas de calor.

Arnold estava sentado ao lado dela, dormindo, com a cabeça apoiada em seu ombro. Há meia hora, ele estava trabalhando com a papelada, como de costume. Rishe estava processando algumas flores medicinais que havia obtido recentemente, com o lenço aberto no colo, quando sentiu um peso pousar em seu ombro.

Príncipe Arnold?

Ela notou que ele estava piscando mais devagar, mas não esperava que ele adormecesse em cima dela. Ela ficou nervosa no início, mas acabou se acalmando ao ouvir a respiração tranquila dele. Agora, ela pegou a mão dele, depois ofegou e a afastou.

— .......

Ela olhou para sua mão, levantou-a e beijou seu dedo anelar.

Hugh... Não, sem sucesso.

Rishe afastou os lábios e inclinou a cabeça antes de mudar ligeiramente o ângulo e beijar a própria mão mais uma vez.

— Hum?

Também não era isso. Ela piscou ao observar a mão e depois olhou para Arnold novamente, seus olhos pousando na mão dele, que descansava indefesa em seu colo.

Preciso praticar mais.

Quando ela estava prestes a beijar sua própria mão novamente...

— O que está fazendo?

— Ah!

Arnold segurou a mão dela.

— E-eu sinto muito! Acordei você?!

— Não.

Arnold poderia ter conseguido incluir um cochilo em sua agenda, pelo que ela sabia. Mas ele continuou se apoiando nela, entrelaçando os dedos.

— Ah....

— Rishe. — Sua voz estava baixa e rouca de sono. Ele ocasionalmente a tocava dessa forma desde que foi ferido no incêndio do navio. Isso tornava difícil saber quem estava se entregando a quem.

A maneira como ele disse o nome dela deixou claro que ele queria uma resposta para sua pergunta anterior.

Rishe cedeu e confessou:

— Eu só estava pensando que você era muito bom nisso...

— Bom em quê?

— Hrk! Hum, bem... — Ela apertou a mão dele com nervosismo. — Em beijar... as costas da minha mão...

Ela sentiu como se tivesse acabado de revelar exatamente o quanto estava pensando naquele beijo, o que a mortificou. Ele se sentou, afastando-se para observá-la. Rishe, por sua vez, não conseguia olhar para ele. Ela estava evitando firmemente que ele visse seu rosto, sem dúvida, vermelho.

— Não acho que isso seja algo em que se possa ser bom.

— Bem, eu acho! É totalmente diferente quando eu faço. — disse ela vagamente, incapaz de descrever o que queria dizer. Ela nem mesmo teve a presença de espírito de perceber que seus dedos ainda estavam entrelaçados.

Rishe havia beijado as costas da mão de Arnold na praia de Vinrhys, mas o beijo que ela lhe deu com seu voto foi muito mais desajeitado do que o de Arnold.

— Então eu estava... praticando com a minha própria mão...

Ele deve tê-la ouvido, apesar de a voz dela ter se desvanecido a praticamente nada quando ela chegou ao final da frase.

Ele deve estar completamente surpreso por eu estar praticando algo tão sem sentido.

Ela pensou, com os nervos à flor da pele. Arnold a encarou por alguns instantes antes de levantar as mãos entrelaçadas e levá-las aos lábios de Rishe.

— Aqui.

— Hã? — Rishe olhou para cima e encontrou o olhar tranquilo de Arnold. — V-você não se importa?

— Faça o que você quiser.

Ele estava dando permissão para que ela praticasse com ele. Por alguma razão, parecia que ele havia decidido concordar com a estranha ideia de Rishe. O constrangimento, com uma leve ponta de culpa, agitou-se dentro dela.

É injusto da minha parte tocá-lo dessa forma quando estou escondendo meu amor por ele.

Mesmo assim, Rishe aceitou a oferta e puxou a mão dele para mais perto. Enquanto seu coração palpitava e suas orelhas ficavam escarlates, Rishe beijou a base do dedo anular de Arnold. Seus lábios se afastaram com um leve estalo. Ela olhou para Arnold; realmente não achava que tinha feito isso bem. Arnold estava apenas lhe lançando o mesmo olhar desinteressado de sempre, então ela entendeu isso como uma permissão para continuar e beijou a mão dele novamente.

— Humm...

Ela também não ficou satisfeita com o segundo beijo e franziu o rosto em confusão.

— Hã?

Ela mudou a forma como os dedos estavam entrelaçados e o beijou uma terceira vez, depois mudou o ângulo e o beijou uma quarta vez, mas ainda não conseguia fazer como Arnold. Como teste, ela mordiscou o dedo com os lábios, mas tinha certeza de que essa não era a resposta.

Oh, como ela queria que ele lhe contasse o truque para isso! Ela chamou seu nome em sinal de capitulação, e ele suspirou e soltou sua mão.

Ele tem razão. Tentei muitas vezes. Por enquanto, já é prática suficiente...

Assim que a decepção a atingiu, a mão de Arnold envolveu a dela, e seus olhos se arregalaram.

— Oh!

Arnold beijou o dorso da mão dela. Ele encostou os lábios no mesmo dedo que ela, com um toque gentil e doce, quase como se ela pudesse se derreter sob ele. Não era nada parecido com o beijo de Rishe. No entanto, Arnold roçou os lábios na pele dela, sustentou seu olhar e declarou:

— Não acho que estejamos fazendo nada diferente.

— É-é completamente diferente! — Rishe engasgou, sentindo que teria um ataque cardíaco.

Ela decidiu praticar mais um pouco antes que a carruagem chegasse ao próximo ponto de descanso, mas cada vez que tentava, sua mente se enchia dos beijos dele em sua mão. Ela estava confiante de que não iria melhorar tão cedo.

🦋 7th  Time Loop - VOLUME 06 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora