Capítulo 2

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"O meu "nada" é sempre cheio de tudo."

LEVI BRAGA

Quando voltei trancando a porta, vejo na tela do computador sobre a mesa, a
notificação do e-mail piscando em cor amarela.

Aproximei puxando a cadeira e sentando, nas próximas horas passei estudando tudo que havia ali.

O programa não era remunerado, mas eles ofereciam todos os recursos, e os
integrantes iriam ser colocados em reais situações de investigação, de acordo com sua prática. No e-mail havia um teste de lógica, conhecimentos gerais, e também
legislativo, algo bem completo.
Terminei recebendo um arquivo, tipo de "Editorial".

No final do processo você receberia um bônus em dinheiro, e a possibilidade de mudar de profissão, ou o seu ramo de atuação, tudo ótimo até ver o tempo de duração, ele poderia ser de quinze dias à três meses.

Nem tinha resposta se havia passado, ou não, e já estava remoendo o que falar para meu namorado.

E por falar nele, chegou em seguida, fechei o computador já bocejando de sono.

- Acordado ainda? - Ele deixa a mochila de lado.

- Estava estudando.

- Léo já foi? - Matheus aproxima-me abraçando.

- Sim, Érica pegou ele.

- Sempre que ele está em casa, você não dorme cedo.

- Realmente estou exausto, vou escovar os dentes.

Ele me acompanhou até o quarto, entrei no banheiro e Matheus tirando sua roupa, voltou desligando as luzes da casa e quando retornou já estava deitado. Foi ao banheiro e fez o mesmo, se deitou me abraçando e aconchegando em seus braços,
com a mão no meu cabelo. É ele tocar nos fios e pego no sono.

Na manhã seguinte rotina de sempre, acordar tomar um banho, preparar o café enquanto me troco, com meu namorado passando minha farda e seu paletó.

Ele sempre que tinha tempo e me deixava na corporação, que também era próximo ao escritório em que ele trabalhava, mas hoje Matheus seguiu para o Fórum. Então me virei com um carro de aplicativo, chegando cedo no trabalho.

Troquei e fiquei bebendo café de conversa com a escrivã que também fazia o papel de secretária da delegacia. Aos poucos os oficiais chegando com cumprimentos
rápidos, e ali do lado nem percebi que o delegado já havia chegado, percebo por movimentação de sua sala.

Bati na porta e entrei.

- Bom dia senhor. - Ele estava com seus óculos baixos segurando papel frente ao computador.

- Bom dia Levi. - Rodrigo tira os óculos. - O que faz aqui oficial? - Ele faz uma cara de desentendido.

Mal sabia ele que o "perdido" era eu.

- Trabalhando senhor, meu horário esse mês é... - Rodrigo interrompe.

- Autorizei essa manhã sua ida para o DIP. Olhou seu e-mail hoje?

- Não. - Arregalei os olhos.

- Então olhe, e chame o Charles, ele deixa você lá, eles ficam na Gávea, se
fosse você, ia rápido.

- Obrigado senhor. - Sai pegando o celular abrindo o email.

E lá estava a confirmação de comparecimento, e eu a vinte quilômetros do lugar.

- Bom dia Levi, chegou cedo. - Charles passa por mim batendo em meu braço.

- Mano, preciso de você, vai se trocar, que vou pegar o carro. Rápido. - Literalmente gritei com ele.

                      Códinome Favela 1Onde histórias criam vida. Descubra agora