"Eu tô comigo até o Final."
LEVI BRAGA
Uma semana depois...
Oficialmente primeiro dia no DIP, hoje estava marcado para conhecer meu caso, e finalmente começar meus estudos. No mesmo prédio, lá estava eu sentado com minha mochila de lado, até Omar aparecer no fim do corredor, ele me olha e gesticula para segui-lo.
O comandante entra na sala frente a sua, e quando me aproximo percebo que ele aguardava na porta. Dentro, Francisco e outro homem, acho que aproximadamente 33 anos.
- Senhor. - Peguei em sua mão.
- Entra e pode se sentar. - Ele aponta.
Peguei na mão de Francisco e cumprimentei o outro cara que estava sentado na cadeira ao lado de onde fiquei.
- Então esse é o outro cara, de quem falaram? - Ele me olha.
- Levi, esse é o Ivan, vai trabalhar com você na operação.
- Mas pensei que seria sozinho? - Fiquei confuso.
- Ivan têm mais experiência em campo, e será uma ótima ajuda. - Omar diz.
Francisco pega algumas pastas sobre a mesa na parte de trás.
- Já subiu na favela cara? - Ivan me encara.
- Sim.
- Já trocou tiro com traficante?
- Não. - Fiquei perdido onde esse cara queria chegar.
- Tem certeza Comandante? Esse cara vai morrer no primeiro dia. - Ele fala como se não estivesse do seu lado.
- Ivan, está com o melhor, vocês juntos serão imbatíveis. - Omar se acomoda na cadeira à frente.
- Mano a gente dá conta, relaxa, estamos juntos nessa. - Toquei seu ombro.
- Olha nada contra, mas fiquei sabendo que você curte, não sou
preconceituoso, tenho amigos gays, mas não toca não beleza?Pronto! Mereço.
- Se ficarmos juntos nessa, estou fora. - Apontei para ele falando com Omar.
- Escutem, os dois. - Francisco se impõe. - Enquanto estiver em operação, não conversam, não se conhecem, e nunca se viram.
- Vão ser inseridos em locais diferentes, mas calma, vamos ao caso. - Omar joga as pastas em nossas mesas.
Engoli seco só de saber onde seria:
- Vamos começar com a aula, Francisco por favor. - Omar sai da nossa frente.
Havia um telão com retroprojetor, peguei papel e caneta, e Francisco se
aproximou de nós.- O caso de vocês será no Morro do Rivera, serão inseridos da forma mais
discreta possível para que nem os moradores desconfiam de vocês.- Objetivo? - Ivan pergunta.
- Informações, o máximo que conseguirem, o foco é descobrir todo o esquema de financiamento do crime dentro da favela.
- Não são drogas? - Falei folheando os papéis.
- Não! - Omar de braços cruzados de lado fala.
- As poucas informações que temos é que efetuam roubos de carros fortes e
até bancos, mas desconfiamos que tem algo mais.- Essa gente não vive sem uma maconha Francisco, muito menos cocaína, tem drogas nessa comunidade em todos lugares, estão fazendo vocês de otários. - Ivan
chacoalha o papel.- Ok, porque o Bope não faz o serviço? A Inteligência da Polícia Militar? -Pergunto olhando Francisco.
- Primeiro, a Comunidade do Rivera fica geograficamente bem localizada, o único acesso é através desse lugar aqui. - Francisco muda o slide. - Essa entrada é vigiada vinte e quatro horas por dia. O Bope se prepara por um mês para entrar, com tudo que temos, e tira um fuzil da comunidade, a cada um que a polícia tira eles
colocam mais três.- Tem UPP no local, usa eles, chama o exército e cai para dentro dando tiro
em todo mundo porra, olha esse mapa, as favelas atrás, helicoptero, tanque de guerra. - Ivan parece que só abre a boca para falar merda.- Está olhando para uma das favelas mais ricas do Rio. Sabe o que isso significa? - Francisco se aproxima de nós. - Armamento militar, financiamento do crime
organizado, e apoio completo da população, entrar a força, seria um derramamento de sangue de civis. E isso nem é o maior de nossos problemas.- E qual é? - Fiquei com medo de sua fala.
- "Gregório" Rivera Dias, o Dono do Morro e do Complexo de Favelas do
Rivera. - Omar aproxima com aquela voz grave dele me fazendo arrepiar todo o corpo.Francisco entrega uma foto para o Ivan, que sorri dizendo:
- Esse cara de cachinhos? Estão com medo desse tipo?
- Ficha extensa, desde roubos, sequestros, inúmeros assassinatos, assaltos, estupro...
- Que idade ele tem? - Perguntei tremendo de medo com sua introdução.
- Trinta e dois.
Ivan me entrega a foto do cara, e nada que Omar diz, se encaixa com o que vejo, aparentemente jovem para sua idade, cabelo comprido pouco antes de tocar nos ombros, um rosto fino, e um par de olhos muito claros, 0 estereótipo de alguém como descrito.
- Essa idade, e uma ficha tão extensa? - Falo procurando nos registros.
- Já foi preso? - Ivan pergunta.
- Não.
- Não tem ficha criminal. - Falei com o papel em mãos. - Como sabem
disso tudo?- Sabemos! Isso é bom para vocês ficarem atentos, o que vão enfrentar... - Francisco fala.
- Pelo que vejo a morte. - Fechei a pasta.
- Quase isso, todo o poder dentro do Rivera se resume no "Gregório", então
cabe a vocês se aproximarem e conseguirem ajudar para libertar aquela população das mãos de um dos criminosos mais perigosos que temos. - Omar fala próximo a mim.- Se você estiver certo, e isso for verdade. - Levantei a pasta com as mãos. - Esse cara só sai da favela morto.
- Se for preciso. - Francisco muda o slide.
CONTINUA...
Eu sei que é muito curtinho cada capítulo mais não posso mudar, espero que gostem meus amores ❤️
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Códinome Favela 1
RomanceEm meio a uma crise de identidade, o policial Levi Braga aceita uma "missão suicida": infiltrar-se em uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro para coletar informações sobre um criminoso que a polícia acredita conhecer. Conforme Levi conquis...