"Me torturo com meus prórios pensamentos."
GREGORY RIVERA
Música alta no "Lajão", ponto de encontro de eventos dos fins de semana, sempre tem um churrasco, pois fica ao lado do campo de futebol, onde jogamos e usamos também como salão de eventos da comunidade.Devido a hora da madrugada, estava jogando sinuca com Felipe e os que sobraram, sentados conversando próximo com uma caixa de isopor.
- Porra chefe, to bêbado, ganhar assim é covardia.
- Você que chamou, agora aguenta! - Virei um pouco da cerveja.
Semana normal, dia normal na comunidade, até um dos moradores passando de bike, para ao me ver e fala:
- Greg, ouvi um tiro. Encontrei Gilberto desesperado lá na "principal". - Ele estava ofegante.
- Tiro? No Rivera? - Aproximei segurando o taco.
- Sim. - Ele tira o boné passando a mão no rosto.
- E qual é patrão? - Felipe já veio pilhado.
- Pega sua peça e desce, vou pegar a outra moto. - Falei com ele, apontando para direção que o morador veio. - Vocês ficam espertos aqui.
Felipe sai primeiro que eu, desce em sua moto, vou até onde deixei a minha, coloquei a garrafa entre as pernas, e fui em seguida.
Descendo vejo a moto dele parada na rua em frente ao posto médico.
Parei e entrei.
Na emergência apareci na porta, e havia um cara da minha altura empunhando muito bem a arma do Felipe, em sua cintura estava a minha peça.
Meu parceiro me olha e ele faz o mesmo, se assustou de imediato, olhos
arregalados e palidez em seu rosto.Atrás dele, Netinho deitado com um tiro próximo ao abdômen.
- O que aconteceu? - Olho a maca.
- Ele precisa de ajuda... - Escutei a voz do garoto que já havia deixado a
pistola de lado. Levantei a mão interrompendo ele.- Você não, ele!
- Chefe entrei aqui, e vi esse cara com as mãos cheias das paradas do posto. Acho que Netinho entrou atrás de ajuda, e esse cara aproveitou tudo aberto e passou a mão em tudo.
- Só vim ajudar, não fiz nada com ninguém, muito menos roubar. - Não sei se estaria tão ousado na posição dele, pois havia um olhar de desafio em seu semblante.
Queria ver qual era a dele, aproximei encarando nos olhos, sem piscar, intimidando e o "enfrentando". Desci a mão em suas costas, pois estava sem camiseta, peguei minha arma mantendo contato visual e ele já abre a boca
novamente.- Não é minha, é do Netinho.
- Não! Essa peça é minha. - Balanço a pistola. - Se veio ajudar mesmo, cuida dele, quando acordar e falar a verdade deixo você ir, se ele morrer você morre junto.
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Códinome Favela 1
RomanceEm meio a uma crise de identidade, o policial Levi Braga aceita uma "missão suicida": infiltrar-se em uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro para coletar informações sobre um criminoso que a polícia acredita conhecer. Conforme Levi conquis...