Capítulo 9

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"A dor não passa, você só se acostuma com ela."

LEVI BRAGA

Sou profissional o bastante para não levar o que estava vivendo para o lado pessoal, mas a desconfiança de Greg estava me deixando louco de raiva.

Era como uma parede, alta e difícil de escalar, mas quando você pensa que chegou no topo, tem mais para subir.

E agora esse Tio Zé!

Mudou completamente minha investigação, sempre desconfiei ter mais cabeças atrás desse garoto, era muito poder canalizado em uma pessoa só.

Essa tarde em casa, fiz uma vídeo chamada com meu namorado, algo rápido, mas para matar a saudade. Matheus vivendo um sonho do outro lado do planeta, e eu vivendo o período mais perigoso de minha vida.
Estava perdido em um emaranhado de suspeitos e mistérios.

Mas esse baile seria movimentado, porque já ouvi falar deles antes mesmo de chegar na comunidade.

Ele realmente " para " o Rivera! Movimentação de noventa por cento dos moradores, a festa começou à tarde, mas marquei com a Ingrid de ficar com ela e suas amigas, no carro do boy que ela estava pegando.

Deixei o celular bem carregado, pois tinha vídeos para fazer e fotos, era o
melhor momento para isso.

Usei o básico como sempre, e gosto, camiseta preta, e calça jeans, uma pulseira para descontrair, e cabelo bem arrumado, fios soltos e cachos com pouco movimento.

Peguei minhas coisas e subi o morro, tentando deixar claro para meu lado
alcoólatra, que não era noite para se manifestar.

A música já estava muito alta, e só quando cheguei na rua principal consegui visualizar tudo que ouvi todo esse tempo.

Vários carros de som espalhados, com muita, muita gente, era de se perder de vista. Segui para o local que marquei com a doida da minha amiga.

Antes mesmo de chegar em Ingrid, ela me entrega uma garrafa de cerveja.

- Pensei que já estava bebendo amigo.

- Não posso exagerar hoje. - Vou seguindo ela.

- Por quê? Vai pegar alguém é?

- Haha' não posso.

Cheguei próximo ao carro, onde as meninas dançavam na carroceria, música mais alta possível ali, e muitas pessoas ao redor curtindo o som, claro assim por todo o local.

Depois de algumas cervejas, andei um pouco olhando a galera, e procurando conhecidos. Voltei dancei um pouco com Ingrid e as meninas.

Foi quando subi na caminhonete e vi o Felipe no meio da galera.

Desci para ir ao seu encontro, assim de certa forma ficar perto dele e de Neto.

Mas digamos que o Levi aqui estava um pouco alterado demais, perdi ele antes de descer.

Andei mais um pouco, onde "achei" ter visto. Mas sou surpreendido por uma garota segurando meu braço.

- Oi? - Ela fala alto.

- Oi. - Olhei assustado.

Era uma garota, que claramente não vivia ali, você percebe pelo semblante da pessoa que é diferente.

- Você não mora aqui, né? - Perguntei desconfiado.

- Não, na Tijuca, mas olha, to querendo morar, com boys assim. - Ela me olha de cima abaixo.

Comecei a rir, pois fiquei sem graça, com seu comentário.

- Se eu curtisse, pode ter certeza que teria chance. - Falei em seu ouvido.

                      Códinome Favela 1Onde histórias criam vida. Descubra agora