CAPÍTULO VIII

316 49 8
                                    


Vejo o Hokage me esperando em frente ao edifício da sede. Vou até ele, que não está em seu melhor momento pela manhã.

— Está atrasada.

— Eu disse cedo, não especifiquei o horário. — Ele parece meio irritado pelo suspiro pesado que dá. — Vamos parar de enrolar e ir!

Começamos a caminhar para lá. Eu não sabia muito bem o caminho, mas não era tão longe da sede.

As manhãs em Konoha não começavam quentes como em Suna. Eram mais frias, mas gradualmente esquentavam e esfriavam de novo. Mas sempre com sol.

Foi um percurso silencioso e monótono. As pouquíssimas pessoas que estavam na rua nos lançavam olhares de curiosidade, mas eu apenas não dava bola. Mas o Hokage sim. Eu percebi como ele ficou ao encontrar os primeiros civis.

Ele continuava a embolar suas mãos suadas, andar com o queixo baixo e postura desleixada. Aquilo tirava toda a autoridade de Hokage e mostrava o quão desligado estava de sua função.

Mas eu não falaria nada. Era um grande passo sair do escritório e ir até um lugar para visita.

Chegamos em frente a construção antiga — mas bem cuidada, diga-se de passagem — com uma grande placa escrita "CASA DE IDOSOS KONOHA".

Batemos na porta e uma enfermeira nos atende. Ela parece impressionada em ver a figura do Hokage e ao mesmo tempo fica tensa.

— Olá! Bom dia, Hokage! — Ela reverencia ele. — Bom dia, senhorita! — Me reverencia e eu devolvo o gesto. — Entrem, por favor.

Entramos pela porta de madeira escura. O salão de entrada era gigante. Aquele aroma de casa de vó. Junto com um lugar aconchegante.

Sofás e luminárias, estantes de livros, mesas de tabuleiro de shogi, damas e xadrez tradicional.

— Uau, aqui é muito bonito. — Digo, maravilhada. — Essas paredes com gesso queimado ficaram ótimas.

— Quando o Nanadaime Hokage assumiu o cargo, ele nos deu verba para a reforma. Sem ele, este lugar estaria caindo aos pedaços.

Olho para o Hokage com outra visão agora. Talvez ele realmente não fosse ruim. Apenas está passando por um momento difícil, e não consegue sair dessa sozinho.

— Ah, que isso. — Fica envergonhado. — Eu fiz o que deveria fazer.

Conforme aquela enfermeira nos acompanhava pela casa, eu observava cada detalhe. Cada quadro, cada padrão na parede, cada porta. Era tudo muito bonito e confortável, algo que eu aconselharia ter em Suna.

Conforme seguimos pelo corredor, percebo que o Hokage está mais relaxado do que antes. As palavras gentis da enfermeira parecem ter suavizado um pouco a tensão que ele carregava.

Voltamos ao salão principal, onde vários idosos estavam jogando tabuleiros. Quando eles observam o Hokage, o reconhecimento é imediato.

— Hokage-sama! — Um dos idosos, de cabelos grisalhos e um sorriso nostálgico, se aproxima. — Faz muito tempo desde que tivemos a honra de sua visita.

— Sinto muito por não vir mais. — Ele coça a nuca. — As coisas estão pegando fogo por aí.

— Imaginamos. — Uma senhora simpática e vaidosa diz. — E quem é a moça bonita com você?

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄, naruto uzumaki.Onde histórias criam vida. Descubra agora