10 | Pedri González

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RESUMO: Onde Pedri e Sienna passam pelos diversos encontros e desencontros da vida.

...

Há dois anos, quando as palavras foram ditas pela primeira vez, o silêncio que se seguiu parecia mais ensurdecedor do que qualquer grito. Um carro de luxo estacionado do outro lado da rua brilhava sob o sol, como um símbolo irônico da vida que eles construíram juntos—uma vida que, apesar de todas as aparências, estava prestes a desmoronar. As palavras que saíram de sua boca naquela tarde foram difíceis de pronunciar, mas ainda mais difíceis de ouvir.

— Nós não estamos mais felizes — ela disse, sua voz tremendo. — Eu te amo, mas isso... isso não é mais o suficiente.

Ele olhou para ela, seus olhos escurecendo de dor e confusão. Era como se o mundo ao seu redor tivesse parado, e o som do tráfego, o riso distante de uma criança, tudo desapareceu, deixando apenas a pressão sufocante daquelas palavras suspensas no ar.

— Você não pode simplesmente fechar essa porta e esperar que tudo vá embora — ele respondeu, tentando manter a calma, mas seu tom traía a agonia que sentia. — Nós podemos resolver isso. Não podemos?

Mas a verdade era que ela já havia fechado tantas portas em seu coração. Cada briga, cada noite de silêncio desconfortável, cada lágrima que ela derramou sozinha no escuro—tudo isso havia sido como uma chave girando lentamente na fechadura. E agora, a última porta estava prestes a se fechar.

Ela olhou para ele, e pela primeira vez em muito tempo, percebeu o quanto ele parecia vulnerável. A separação física entre eles parecia um abismo intransponível, mas era o espaço emocional que mais os distanciava.

— Eu sinto muito — ela disse, suas palavras quase um sussurro. — Eu te amo, mas eu sinto muito.

Ele não disse nada, apenas virou o rosto para o lado, como se não pudesse suportar olhar para ela. E assim, com o peso de sua decisão, ela se afastou, deixando-o sozinho naquele dia ensolarado, com nada além de arrependimentos.

O tempo passou, e a vida seguiu em frente, mesmo que de forma dolorosa. Eles seguiram caminhos separados, mas as memórias dos momentos que compartilharam continuaram a assombrá-los. Ela tentou seguir em frente, mas sempre houve um sentimento persistente de perda, uma sensação de que algo importante havia sido deixado para trás.

Anos depois, ela o viu pela primeira vez desde a separação. Eles estavam em uma festa, cercados por amigos em comum, mas havia uma distância intransponível entre eles. Ele estava conversando animadamente com alguém, mas seus olhos encontraram os dela, e por um breve momento, foi como se o tempo tivesse parado novamente.

Ela se aproximou, forçando um sorriso.

— Oi — disse ela, tentando soar casual, mas sua voz tremia levemente.

— Oi — ele respondeu, uma expressão indecifrável em seu rosto. — Como você está?

— Estou bem – ela respondeu, embora soubesse que estava longe de estar bem. — E você?

Ele hesitou por um momento antes de responder. — Estou bem também. A vida seguiu em frente, certo?

— Sim — ela concordou, embora as palavras pesassem em sua língua. "A vida seguiu em frente."

Eles conversaram brevemente, trocando banalidades e tentando ignorar o enorme elefante na sala—o passado que ainda pairava entre eles. No entanto, ela percebeu que ele parecia diferente, mais distante, como se uma parte dele estivesse sempre em outro lugar, talvez ainda preso naquele momento dois anos atrás.

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