Parceria Parental

Nova fase

— Seja bem-vinda, minha princesa! — disse Nanami contente abrindo a porta da casa de Mei Mei para que ela entrasse com sua filha.

— Acho que nunca fiquei tão ansiosa para chegar em casa, ainda bem que conseguimos arrumar tudo a tempo.

Os pais da pequena Erika de fato haviam se esforçado para que a casa estivesse pronta para receber o bebê o quanto antes, pois, como ela havia nascido antes do previsto, ainda faltavam algumas coisas. Mei Mei tinha sido liberada do hospital poucos dias depois do parto, mas a recém-nascida só teve alta duas semanas após o seu nascimento. Logo que deixou o hospital, Mei Mei recorreu a Shoko para se curar dos efeitos da cesariana, que, segundo a mãe de primeira viagem, incomodavam mais do que os ferimentos que já sofrera em suas missões.

Depois que a feiticeira voltou para casa, ela e o pai de sua filha se apressaram para arrumar o quarto da pequena. Ficou combinado que continuariam na casa de Mei Mei até Erika completar seis meses, pois ela seria amamentada exclusivamente com leite materno nesse período.

Entretanto, no período entre a alta de Mei Mei e a chegada de Erika em casa, Nanami preferiu voltar para o seu apartamento, sob a justificativa de que queria ficar mais perto do Colégio Jujutsu por conta das missões. Disse que voltaria a morar na casa de Mei Mei, que ficava mais afastada do centro de Tóquio, depois que Erika saísse do hospital. Mas a mãe da recém-nascida sabia que ele ainda estava magoado por conta da ameaça dela de requerer a guarda unilateral do bebê. E não o culpava por isso.

Agora seriam os três novamente, só que com Erika fora da barriga, o que marcava uma nova etapa na vida deles. Ui Ui teve que voltar para o colégio interno após a alta de Mei Mei, então o quarto dele estava vago novamente. Apesar de ter passado os últimos meses dormindo com Mei Mei, Nanami provavelmente ficaria ocupando o quarto de Ui Ui novamente.

— O quarto dela ficou adorável, não é? — perguntou Mei Mei enquanto colocava a menininha no berço.

— Arrumado em tempo recorde, mas realmente ficou. —Nanami observou.

O quarto de Erika era todo nas cores lilás e branco, com imagens de passarinhos nas peças do enxoval, como fronhas e cueiros, e nos três quadros que decoravam a parede mais ampla do cômodo. Nanami realmente havia nascido para ser pai de menina, ele tinha muito bom gosto e prestava atenção nos detalhes.

— Kento, antes dela acordar de novo, gostaria de conversar com você.

— Sobre o quê?

— Quero fazer um voto vinculativo com você sobre a questão da guarda de Erika. A ideia é me comprometer que não vou entrar em disputa com você por isso e que tomaremos todas as decisões importantes relativas à vida dela por meio de acordos entre nós. Assim ficaremos todos mais tranquilos em relação a esse assunto.

Nanami se surpreendeu com aquela demonstração de altruísmo da parte dela. Essa medida do voto vinculativo acalmava seus sentimentos em relação ao futuro de sua filha, pois aquela ameaça de Mei Mei havia deixado a relação entre os dois abalada. Ele se perguntava, inclusive, se eles voltariam ao nível de intimidade que tinham antes da discussão que havia abalado a confiança entre eles.

— Outra coisa: por conta da amamentação, sabemos que Erika vai precisar mais de mim, então pode contar comigo pra ficar mais tempo em casa. Você já me ajudou bastante durante a gravidez, deixe que eu assumo daqui pra frente.

— Mas... e as suas missões?

— Provavelmente vou recusar a maioria agora. — Mei Mei deu de ombros. — Trabalho de forma independente, lembra? Não é como se eu tivesse direito a licença-maternidade ou algo do tipo. Aliás, se me chamarem para alguma missão, eu posso te indicar?