Dando a notícia

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Nanami estava, no mínimo, curioso para saber o motivo pelo qual Mei Mei havia marcado um encontro com ele em um café em Ginza no meio da semana. Eles não eram próximos, se viam apenas de vez em quando nos encontros marcados por Gojo ou Utahime para reunir alguns dos ex-alunos da Escola de Jujutsu de Tóquio. E, mesmo assim, pouco se falavam. Quando ele ia, conversava mais com os outros colegas do que com ela. Não era como se eles tivessem muito assunto em comum.

A primeira (e até agora única) vez que haviam trabalhado juntos tinha sido naquela missão para enfrentar uma maldição de nível especial. Nada de anormal na vida de um feiticeiro Jujutsu, a não ser o efeito colateral que a maldição havia causado em Mei Mei...Nanami esperava sinceramente que aquilo nunca mais acontecesse com ele em uma missão em dupla, mas não havia nada tão ruim que não pudesse piorar. Pelo menos eles tinham saído vivos da missão. E o pagamento valeu a pena.

O trabalho no escritório era uma coisa idiota, isso era um fato, mas havia a vantagem do salário fixo. No caso do trabalho como feiticeiro Jujutsu, era uma função mais emocionante e significativa, mas era preciso esperar que o Alto Escalão encaminhasse missões para receber o pagamento. Ele estava economizando para o projeto de se aposentar aos 35 anos e viver em uma praia na Malásia. Como Nanami ainda tinha 28, tinha uns sete anos pela frente, mas nada que não fosse suportável. Isso, claro, se ele não morresse antes. Essa era sempre uma possibilidade no meio Jujutsu.

Quando ainda era funcionário de escritório, Nanami ainda tinha contato com mais gente, os seus colegos de trabalho. Agora vivia mais recluso, quando não estava em missões, dava mentoria para Yuji Itadori, um aluno da Escola Jujutsu. Apesar de Satoru Gojo ser o sensei do rapaz, Nanami se sentia mais responsável pela formação de Yuji do que o próprio Gojo. Talvez fosse isso que faltasse em seu trabalho anterior: um senso de propósito. E o contato com pessoas que tivessem esse mesmo sentimento de proteger os inocentes.

Mei Mei definitivamente não era uma dessas pessoas, se preocupando apenas com o dinheiro que ela receberia ao atuar como feiticeira Jujutsu. Assim, ele não fazia qualquer questão de estabelecer vínculos com a mulher de cabelos prateados. Mas ela poderia ter uma proposta vantajosa para fazer a ele em termos financeiros, então ele decidiu encontrá-la naquele dia.

O café em Ginza era um lugar elegante, do tipo que Mei Mei frequentava, mas era ao mesmo tempo aconchegante. Na verdade lembrava mais uma casa de chá do que um café, com aquela decoração em tons neutros e peças em madeira antiga. Nanami imediatamente pensou que era melhor estar vestido de maneira mais formal, com seu típico conjunto social de paletó e calça bege, camisa azul de mangas compridas e gravata estampada, do que com uma roupa mais simples, que não estivesse à altura do lugar. Assim que ele entrou no estabelecimento, bem vazio por conta do dia, o host, um rapaz alto de olhos verdes e cabelos castanhos, prontamente perguntou a ele:

— Boa tarde. O senhor é Kento Nanami?

— Sim, sou eu.

— Me acompanhe, por favor.

Nanami foi levado pelo rapaz até uma área mais reservada do café, onde Mei Mei o aguardava sentada em uma mesa posta de forma elegante. A feiticeira usava um vestido cinza fluido de mangas longas e parecia, para a supresa de Nanami, levemente aflita. Bebericava o que parecia ser uma xícara de chá. Esse não era o normal de Mei Mei, que se mostrava sempre confiante e tranquila na maioria das vezes, mesmo nas missões mais perigosas. Mas é como dizem: sempre existe uma primeira vez para tudo...

— Como vai, Nanami?

— Estou bem, Mei-senpai. E quanto a você?

Ela suspirou profundamente e respondeu:

- No momento eu me descreveria como...preocupada. Talvez a situação venha a ficar mais complicada, mas isso vai depender da sua resposta.

— Como assim?

— Vou direto ao ponto, Nanami: o que fizemos depois daquela missão teve consequências. Estou com um mês e meio de gravidez. Se você tiver interesse em ficar com a criança e aceitar seguir as minhas condições durante a gestação, pretendo manter. Caso contrário, vou optar por interromper. Então, o que me diz?

Nanami ficou pálido de imediato. Ele se considerava um homem racional e contido, mas sentiu-se tonto com a notícia. Se não estivesse sentado, certamente teria caído no chão. Aquilo o deixou mais abalado do que se uma maldição de nível especial o atacasse de surpresa.

Notas:

- Peguem leve comigo, é minha primeira fic...rsrsrs

- Sabiam que, no Japão, uma gravidez pode ser interrompida se tiver até 22 semanas?

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