Primeiras reações

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— Mei-senpai... sobre o que fizemos... Eu me lembro de você ter mencionado que era estéril.

— Pois é, eu também acreditava nisso... foi o que apontaram os exames da última vez. Levei até pra Shoko olhar, inclusive. Um caso de falso diagnóstico, talvez?

— Mas... pelo que me lembre, a situação foi de coito interrompido. 

— Método que tem cerca de trinta por cento de falha.

— Tem certeza de que é meu?

— Posso fazer um exame de DNA em um laboratório que você escolher. Mas é você quem vai pagar, obviamente.

Ela parecia confiante, Nanami estava convencido. Ia pedir o exame só para tirar a prova, mas daquele momento em diante, ele já se sentia pai. Era responsável demais para não se sentir assim. Contudo, se tratando da "mãe" da criança, todo cuidado era pouco. Já estava pensando nas condições que ela ia estabelecer para continuar com a gestação... Não ia ser barato, claro. "Adeus, sonho da casa na Malásia..."

— Certo, podemos acertar a questão do exame depois. Quanto você quer para manter a gravidez?

— Nossa, estou me sentindo uma barriga de aluguel... ou quase isso. Fiz umas contas, gostaria de suspender as atividades do trabalho como feiticeira Jujutsu no último trimestre da gravidez. Então pensei em estabelecer uma "mesada" para você me dar enquanto eu estiver parada. - disse ela, enquanto tirava de uma pasta executiva um envelope com os cálculos que havia feito.

— Está falando sério? — perguntou Nanami ao olhar os valores. 

— Seríssimo.

Teria que pedir dinheiro emprestado a Gojo, não haveria outra opção. E ficaria pagando até os dez anos da criança, na melhor das hipóteses. 

— Por que está fazendo isso? Você já tem mais dinheiro do que consegue gastar, por que não interrompeu logo e continuou com sua vida normalmente? - Nanami, além de atordoado ainda com a notícia, estava profundamente curioso. Mei Mei não tinha nem mesmo um fio de instinto maternal na sua essência. Das suas colegas feiticeiras, ela seria a última opção se lhe perguntassem com qual delas teria um filho. 

Mei Mei deu de ombros:

— Sinceramente? Não tenho certeza. Já estava conformada em não deixar descendentes e, mesmo assim, nunca me imaginei como mãe. Mas ultimamente tenho pensado que as coisas estão acontecendo do jeito que elas têm que acontecer. Talvez esse bebê tenha que vir ao mundo de qualquer forma, afinal ele contrariou todas as expectativas. Imagino que ter um filho assim também não estava nos seus planos, não é mesmo, Nanami?

Ele negou. Definitivamente não estava. Ele pensava em se casar, mas só depois que juntasse dinheiro suficiente para poder ir para a Malásia. Contudo, talvez o país nem fosse mais uma boa opção, agora que ele seria pai. O Japão ainda lhe parecia um lugar melhor para criar um filho.

— Pretende conviver com a criança depois que ela nascer?

— Não sei, ainda estou pensando. É provável que eu consiga desenvolver um vínculo com ela, apesar de que confesso que tenho dificuldade em assimilar relações que não tenham como base o dinheiro. Mas dizem que o tal "instinto materno" acaba falando mais alto, não é? Acredito que, na "pior" das hipóteses, você vai ficar com a guarda, aí combinamos para a criança passar uns períodos comigo e acertamos a pensão. Não é assim que casais divorciados costumam fazer?

Nanami lembrou dos seus ex-colegas de escritório que eram pais solteiros. De fato, os que não moravam na mesma cidade que os filhos só os viam nas férias, isso quando viam. Aqui os papéis iam se inverter: Nanami ia ficar com a maior parte do "trabalho duro" e Mei Mei só ia pegar a criança de vez em quando. Por outro lado, pensou que seria uma oportunidade de ser pai que o destino estava lhe dando e iria agarrá-la com todas as suas forças. Sempre quis exercer a paternidade, era um sonho de infância. Como Shoko disse certa vez quando lhe confessara isso, era "coisa de canceriano". 

— Mei-senpai... vou pesquisar um laboratório de segurança para fazermos o exame de DNA. Aproveitamos e já fazemos o de sexagem fetal no mesmo lugar. Gostaria de saber logo se é menino ou menina. 

— Ótimo, até lá já estarei com o contrato pronto. 

— Contrato? Que contrato?

— O que vou elaborar para levarmos esse "projeto em comum" que é a gravidez adiante. Quero deixar as coisas bem claras até o nascimento da criança. Pense que agora seremos como sócios, é uma boa forma de ver essa situação. 

O feiticeiro loiro respirou fundo. Esse não era nem de longe o cenário que havia imaginado para comecar uma família. Sempre pensou em conhecer uma mulher com os mesmos valores que os dele, passar um tempo se relacionando para só então casar e pensar em ter filhos. Mas o destino quis outra coisa. A genitora do seu primogênito seria ninguém mais ninguém menos que a mulher mais mercenária da sociedade Jujutsu. Que Buda e as divindades xintoístas do Japão o ajudassem nesse desafio. 

Notas:

- Já li fanfic em que a Utahime fica grávida (de Gojo, um clássico), que a Shoko fica grávida e até que a Nobara fica grávida. Mas a Mei Mei grávida eu nunca li, então decidi escrever uma.  Aparentemente o fandom de JJK não bota muita fé nela quando o assunto é maternidade... rsrsrs

- No próximo capítulo provavelmente vou explicar como teve início o "projeto em comum" de Nanami e Mei Mei. 

- Espero que estejam gostando, quem puder me dar um retorno nos comentários agradeço desde já ;)

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