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Emma

Hoje deixei meu filho na escola, depois eu passei na clínica, conversei com a Josie e com os novos funcionários, matei a saudade dos meus bichinhos.

Depois voltei pra casa, a Lúcia já havia terminado de fazer o almoço. Então nós duas almoçamos.

- Senhora Myers, conseguiu outra pessoa para o cargo na cozinha?

A mulher me perguntou meio receosa.

- Não precisa me chamar de senhora, apenas Emma. - Falei sorrindo. - E por enquanto não.

- Eu tenho um primo, ele está vindo pra morar comigo. Ele se chama Gustavo, e meu tio meio que expulsou ele de casa.

- Por quê?

- Meu primo se assumiu gay.

Ainda existem pais conservadores que preferem expulsar seus filhos do que apoiá-los.

- Quantos anos seu primo tem?

- Ele tem dezoito. Não tinha saído da casa dos meus tios, porque lá na cidade onde eu morava é super difícil conseguir um emprego. E meu tio estava bancando a faculdade do meu primo.

- Nossa, que sacanagem.

- Meu tio achou que o Gustavo tava fazendo faculdade de Engenharia, descobriu que ele na verdade estava fazendo gastronomia. Teve um surto lá, disse que cozinha era lugar de mulher.

- Que idiota.

- Enfim, se a senhora ainda quiser alguém...

- Claro, quero sim. Quando seu primo chegar na cidade, me avise pra eu fazer uma entrevista rápida.

- Muito obrigada, senhora.

- Só Emma. - Lembrei sorrindo.

- Amor, precisamos conversar. - Jenna chegou antes do horário.

- Aconteceu alguma coisa?

Me preocupei, ela chegou uma hora antes.

- Consegui os dois funcionários, eles são incríveis. Enfim, vim antes porque queria avisar que seus sogros vem jantar aqui. Tudo bem?

- Sim, claro.  São seus pais, e já passou da hora de você nos apresentar corretamente.

- Realmente. Isso tem sido o motivo do colapso da minha mãe. Ela vem me cobrando todos os dias.

- Lúcia, hoje você vai preparar o jantar. - Jenna disse sorrindo. - Eu vou buscar o carinha na escola, se quiser eu passo na creche e busco sua filha.

Eu amo tanto essa mulher. Ela é tão doce, tão amável.

- Se não for encômodo.

- Não é.  - Jenna me abraçou. - Se não se importar, depois passo no mercado para comprar algumas coisas que estão faltando.

- Tudo bem, vou ligar lá na creche e pedir para liberar a Sofia, quando a senhora for buscar.

- E ela não vai estranhar a gente? - Perguntei. - Afinal ela só tem um aninho.

- Que nada, Sofia é arteira e vai com qualquer um.

- Isso é um perigo. - Jenna disse séria. - O mundo tá perdido, cheio de pessoas com más intenções.

- E eu não sei ?! Morro de medo, porque aqui é tudo tão grande. Não é igual ao interior.

- Bom, acho que estar na hora de ir, baby. - Jenna disse pra mim.

- Vou buscar minha bolsa. - Virei Lara ir em direção as escadas.

- Amor? - Jenna me chamou e eu olhei pra ela. - Você é mágica?

Eu dei uma risada e entrei na onda.

- Não, por quê?

- Porque sempre que eu te vejo, tudo ao redor desaparece.

Lúcia segurou a risada. Fui até a Jenna e dei um selinho nela.

- Primeiro, que você já falou essa. Segundo, eu te amo, idiota.

- Poxa, nenhum beijinho?! - Jenna fez um biquinho lindo.

- Lúcia, você acha que a Jenna  merece um beijinho?

Lúcia arregalou os olhos, assim que Jenna olhou pra ela com um olhar piedoso.

- Lúcia, eu te dou um aumento. - Jenna disse brincando.

Lúcia riu da idiotice da Jenna.

- Eu acho que ela merece, dois, Emma.

- Isso, você é a melhor, Lúcia.

Jenna comemorou e veio me beijar.





✌🏽

O Amor é IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora