O Amor é Idiota

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Jenna

Acordei sentindo os braços da Emma ao meu redor.
O Carinha e ela pediu para dormir com eles.

Thomas foi o primeiro a dormir, colocamos ele na cama, e depois voltamos a assistir televisão.

Emma perguntou se estava tudo bem entre a gente, e se eu tinha desculpado ela pelo que rolou na casa da mãe. Eu disse que ela não teve culpa, e que eu continuava idiota por ela.

Depois Emma e eu subimos para o quarto dela e acabamos dormindo, já que a Emma estava muito cansada.
Mas foi a melhor noite da minha vida, e nem transamos ainda, imagine quando acontecer... Vou ser a pessoa mais gay do universo.

Me levantei, fui até o banheiro lavei o rosto e escovei os dentes com a escova nova que a Emma tinha deixado pra mim em cima da pia.

Fui para a cozinha e comecei a preparar o café da manhã para ela e para o carinha que daqui a pouco tem que acordar para ir pra escola.

- Jenna, o que está fazendo aqui essa hora? - Hunter apareceu na cozinha me dando um susto. - Ah safada, transou com a Emma essa noite..

- Como entrou aqui? - Perguntei ainda assustada.

- Eu tenho a chave por causa do Thomas, cheguei de viagem ontem a noite e resolvi vir cedo para acordar o meu pequeno.

- Tudo bem, senta ai.

Hunter se sentou no banco encostado no balcão e ficou olhando eu preparar as panquecas.

- E então como foi a noite com a Emma?

- Foi ótima, dormimos a noite toda agarradinhas.

- Oi? Sem sexo? - Hunter falou surpreso. - Que graça tem namorar e não fazer sexo?

- Cara, eu amo tanto a Emma que não ligo muito pra essas coisas, acho que vai rolar em um momento especial. E um relacionamento não é só a base do sexo.

- Eu sei, mas vocês duas estão bem mesmo?

- Sim, tirando o lance com a família dela.

- O que rolou?

- Pensei que a Emma tinha te contado.

- Eu andei muito ocupado esses dias, quase não trocamos mensagens.

- Fomos jantar na casa dos pais dela, e eles não gostaram muito de ter uma hora cabeleleira...

- Como é a história? - Hunter pareceu surpreso e ao mesmo tempo irritado. - Eles te trataram mal?

- Eles esperaram eu sair com o Carinha... - Dei um sorriso forçado. - Quando voltamos eles estavam falando que eu seria um mal exemplo para o Thomas.

- O que o trabalho de alguém influência no caráter? Sei que os pais da Emma são problemáticos desde sempre, agora tratar uma pessoa mal por causa da profissão é de foder.

- Eu sei, o ruim é que o carinha ouviu.

- Jenna, você é uma mulher incrível, ótima no que faz. Não tem que dar ouvidos para o que os pais da Emma disseram.

- É que eles falaram que eu poderia influênciar o Thomas a querer ser cabeleleiro... E que o Carinha deveria seguir uma profissão boa como a sua ou da Emma.

- Foda-se. - Hunter disse como se fosse óbvio. - Se o meu filho quiser ser cabeleleiro igual a você, vou ficar imensamente feliz, se ele quiser seguir seus passos em tudo, ficarei feliz do mesmo jeito.

- Pensei que ficaria chateado.

- Jenna, você é uma ótima amiga, uma ótima namorada para minha melhor amiga, uma boa madrasta... Não tem motivos pra eu ficar chateado. - Hunter falou calmo. - Você trata Thomas como se fosse seu filho, cuida dele da mesma forma que eu e a Emma cuidamos,  eu só tenho que te agradecer por isso.

- E se o Thomas colocar na cabeça de ser cabeleleiro?

- Então você perderá o posto de melhor cabeleleira de São Paulo, e de quebra, alguns clientes importantes. Ele será o melhor de todos, e óbvio que só vou cortar cabelo com ele. - Hunter disse rindo. - Emma e eu combinamos que quando o Thomas tivesse idade, ele que escolheria a profissão, não iríamos nos meter nas escolhas dele.

- Isso é bonito da parte de vocês.

- Os pais da Emma já fizeram merda antes. Por isso eu e ela conversamos sobre esses assuntos. Somos melhores amigos, só não digo irmão porque temos o Thomas, que é a nossa prioridade.

- Sua prioridade quase quebrou o braço na escola, e está com a tipoia. - Emma falou chegando na cozinha.

- Que? - Hunter falou.

- Queria fugir da escola para ir atrás de uma tia Jenna, conhece? - Emma falou e e Hunter olhou pra mim sem entender. - O seu filho tentou pular o muro da escola.

- Nosso filho, gay. - Ele pontuou. - Inclusive, esse menino está muito arteiro.

Hunter falou passando as mãos no cabelo.

- Mas tirando o braço machucado, ele está bem? - Hunter perguntou preocupado.

- Está ótimo, conseguiu o que queria. A tia Jenna ficou com ele o resto do dia.

- Acho que a Jenna vai perder o posto de tia e vai ser mamãe daqui uns dias. - Hunter falou e eu arregalei os olhos.

- Eu não me surpreenderia se ele me trocasse por ela. - Ela falou e em seguida veio me abraçar.

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