Capítulo 5| Com sangue nas mãos.

14 3 1
                                    

9 de fevereiro | quinta-feira

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

9 de fevereiro | quinta-feira. 

22:55

Nem tudo pode ser escondido, nem tudo deve ser esquecido. A vida é um ser sorrateiro, e se você esquecer, será arrastado. 

Uma das minhas frases favoritas. 

Aqueles que esquecem coisas importantes, se fodem. Eu sei bem disso, já me fodi uma vez, e não é agradável. Ter me envolvido nesse bolo de vingança só me trouxe desgosto e desgraças. Ter deixado um passado perfeito para trás é imprudente, mas se todos nós tivéssemos ficado e pagado pelos pecados alheios, eu jamais estaria vestindo Prada.

A rua deserta nos presenteava com o silêncio noturno. Os carros enfileirados em um beco, era nossa última parada. Uma casa abandonada se encontrava no final da rua, perto de um matagal nada conveniente. Odiei esse lugar. 

- Será que tem como arrastar isso mais rápido? 

Larguei no chão, escutando apenas sua pele bater no solo gelado. Olhei-a com um pouco de sarcasmo, respondendo a altura. 

- Vai a merda!- completei . - Sabe o quanto é difícil fazer isso de salto? 

- Eu lá tenho culpa que você é sem noção de fazer isso de salto?! - berrou. 

- Parem de brigar vocês duas. - uma voz veio de um beco escuro a nossa frente. 

As luzes amareladas piscavam, o silêncio tomava conta do lugar. Havíamos feito muitas coisas por informações, tantas que em uma única vida não seria o suficiente para me punir por tudo. É terrível ter que fazer tudo com as próprias mãos, mas com o tempo, me acostumei a sentir o sangue esfriar nelas, e ver seus rostos ficarem sem vida em meus braços. 

Mas ele nem sequer suja seus sapatos de marca com sangue. Nem uma gota. 

Nunca o vi fazer, mas suponho que sempre o faz. Ele era o tipo de pessoa que não se vê raramente. Do tipo que habita nas profundezas do inferno, que jamais mostraria seu lado ruim sem necessidade. Mas essa era uma necessidade, a tão aguardada vingança sanguinária. 

- Olhem para isso...- levou a mão aos olhos, apertando a ponte do nariz, entre as sobrancelhas. - Que porra eu disse para fazer? 

- Caçar, matar, esconder...sei lá. - resmungou ao meu lado. 

- Foi a Yuki. Ela não me escutou durante a missão. - tentei dizer calmamente, mas tremia de frio. 

Aquele vestido preto não era tão quente quanto parecia. Ele nos obrigou a usar o tal, mas era sexy pelo menos. 

- Débora, você conseguiu o que pedi? - olhei para o bolso do corpo caído, enfiando a mão nele, retirando um pequeno objeto.- Graças a Deus. - soou em alívio, deixando os ombros relaxados. 

- Antes de morrer, ele disse que havia uma porta secreta nos fundos da mansão. - acrescentou com firmeza. - Podemos entrar por lá. 

- Essa chave, o que abre exatamente? - dei alguns passos para frente, entregando o objeto em suas grandes mãos tatuadas. 

SkyfallWhere stories live. Discover now