Capítulo 2| Sem condicionamento.

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ꙬEu não estava em condições para discutir com ele

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Eu não estava em condições para discutir com ele.
Sempre que desejava alguma coisa,a porra dele não me deixava ter. Sempre me deixava puto com a vida,mesmo sendo meu pai,e o responsável pelos meus atos desenfreados e sem rumo. Queria apenas sumir por um momento,e curtir o que me resta de sanidade. 

Desliguei o celular, o colocando no bolso. Minhas mãos suadas me entregavam em constante nervosismo. Era minha futura esposa,como não poderia ficar? Eu a amaria? Seriamos felizes? E se eu não fosse o suficiente para ela? Se eu a machucar?

Esse medo me devora,não querer ser como ele,me apavora.

Ver ela sentada,com seus olhos castanhos bem abertos,seus lábios secos em pavor, me fez sentir vergonha. Não era assim que imaginava que seria. Mas foi,em parte,pior.

- Olá senhor Salvatore,como vai? - sorriu de forma amarga,era de se admirar, já que seu nome era Raelle.

Assenti com a cabeça, de forma passiva. Sentei-me de frente ao seu rosto vermelho, suas mãos inquietas me obrigavam a olhar-lhe. Era como se o meu eu daquele dia, tivesse ficado marcado em sua memória, mas não de forma agradável. Estava embriagado, e de certo modo, em meu pior momento. 

Sorri de forma positiva, tentando amenizar nosso desconforto. Nossos olhares se encontravam de vez em nunca, e ela era a primeira a desviar. 

- Quero lhe apresentar minha filha, Jessica. - olhou para ela, fazendo-a ficar ainda mais rubra. - Jessica, esse é Aaron. 

Desviei o olhar para meu lado, tomando um susto em seguida.

Uma mulher com cabelos longos da cor do mel, me encarava com desdém. Não consegui me concentrar no acordo, era como se estivesse sendo filmado por seus olhos verdes. Acho que o que mais me intriga nela, é sua descrição. Em nenhum momento sequer ela fez uma expressão positiva. Ela não mexeu um músculo. 

- Podemos conversar...sozinhos? 

Olhei para ele curioso, apenas aceitando seu pedido. 

O homem grisalho, baixo e relativamente gordo se levantou, me guiando para um canto. 

- Quero que se casem. - acrescentou. - Me deem netos e mais netos. O quanto antes, melhor. 

- Vou fazer o possível. - olhei-o com desdém. 

Ele caminhou até minha frente, aqueles olhos castanhos estavam a procura de um único erro sequer em mim. Arrebitou seus lábios, abrindo em seguida um sorriso diabólico. 

- Eu faria de graça, se não fosse minha filha. - olhei-o sem entender. - Você sabe, alguém como eu deve garantir uma linhagem limpa. 

Dei um sorriso amarelo. Ele estava me vendendo sua única filha? 

- E...quanto você quer por isso? - franzi o cenho. 

- Cinco mil dólares, a depender do tempo. - sorriu de forma pervertida. - Ela é bonita e inteligente, não será um problema. Mas...por ser virgem, peço mais cinco mil.

- Não posso aceitar sua proposta. - recuei dois passos. 

- Por que não? Ela não é o suficiente para você? - sorriu do mesmo jeito. - Ah, você nunca transou? Não tem interesse nela? Como pode recusar uma proposta minha? Logo eu. 

A cada palavra que saia de sua boca, se aproximava de meu corpo ereto. Suas palavras eram tão pesadas e sem sentido, que o próprio filho da puta se engasgava com sua saliva. 

- Senhor Rae, eu não tenho interesse politico em você ou na sua família. Não quero comprar sua filha. 

- São negócios, rapaz. O mundo é feito disso. - arregalou os olhos enquanto segurava o meu cinto. - Seu pai me prometeu. Você é minha promessa...

Podia sentir o ódio pesar em suas palavras, me deixando incrédulo. Seus olhos agora banhados em negros da forma mais escura, se prendia aos meus olhos verdes. 

- Eu não sou sua promessa...ela é. - apontei com o queixo. - Ela será seu declínio, senhor Raelle. E disso, nem o diabo pode te livrar. 

Ele me olhou sem entender, seus olhar agora era de medo e recuo. Aos poucos, virou seu rosto, vendo sua silhueta parada atrás de suas costas, segurando um copo de vidro. 

- Estou interrompendo algo? Parece uma negociação importante...- disse em tom de deboche.

- Débora, o que faz aqui? Quem está com a Jess? - se desesperou, murmurando. 

- Ah, isso? Eu a liberei. - levou o copo aos lábios. - Acho que saiu naquela moto que você arranjou para ela. - sorriu, sonsa. 

Direcionou seu olhar para mim novamente, desta vez em ódio. 

- Não acabamos nossa conversa, Salvatore. 

- Fique a vontade, Fernando. - levei as mãos ao bolso, tentando não rir da sua cara. 

Assim que saiu desesperado pelo salão, comecei a pensar em como ela estava ali sem ninguém notar. Eu não notei, e isso não é bom. Se pisasse em falso, tudo iria por água abaixo. E nada teria sido resolvido. 

...



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