Enna está paralisada, o eco das sirenes da polícia ainda ressoando enquanto os carros se afastam com Agus. Seu corpo está rígido, a mente entorpecida. Ágata, Yris e os outros membros da equipe estão em choque ao redor dela.
— Eu preciso... ir ver minha mãe. - Enna.
— O quê?! O Agus acabou de ser levado preso e você tá pensando em ir pra casa? - Ágata.
Enna, ainda em estado de choque, mal reage à acusação.
— Eu... preciso ir. Ela vai estar preocupada. Não voltei pra casa desde que cheguei.
-Você devia estar preocupada com o Agus! Ele foi preso por um assassinato que não cometeu, e tudo que você consegue pensar é em ir pra casa? - ágata.
Enna abre a boca para responder, mas Ágata não dá espaço.
— Ele tá apaixonado por você, Enna! Todo mundo sabe disso, até você. E o que você faz? Sai correndo na primeira oportunidade! É sempre você, não é? Nunca é o Agus, nunca é ninguém além de você!
— Não é assim. Eu preciso... eu quero ajudar o Agus, mas preciso ver a minha mãe primeiro.
— Você não se importa com ele! Você nunca se importou! Ele tá se arriscando, porra! E você só pensa em si mesma!
As duas se aproximam, os olhos faiscando, como se uma briga física estivesse prestes a começar.
— Chega! Isso não vai ajudar em nada. Temos que ficar juntos agora, não brigar entre nós. - Yris.
— Eu vou ver a minha mãe. Depois disso, vamos bolar um plano. A gente vai tirar o Agus de lá. Mas eu preciso estar com a cabeça no lugar pra fazer isso. - Enna.
Ágata, ainda furiosa, vira o rosto, evitando olhar para Enna. Yris a solta lentamente, com cuidado, antes de se virar para Enna.
— Tudo bem. Vai ver sua mãe, mas volta logo. Não temos tempo a perder. - Yris.
Enna assente com a cabeça, ainda visivelmente abalada, mas firme em sua decisão. Ela dá as costas e começa a caminhar, enquanto Ágata permanece ali, ainda cheia de raiva, mas sem mais palavras.
Depois de um tempo, Enna chega na casa de sua mãe.Ela hesita antes de abrir a porta com a chave que ainda carrega.
Ao entrar, a casa está escura, exceto por uma lâmpada acesa na sala de estar. Sua mãe, Helena, está sentada no sofá, de roupão, as mãos trêmulas segurando uma xícara de chá, os olhos fixos na porta.
— Enna... Graças a Deus. Você voltou. Eu estava tão preocupada.
Enna força um sorriso, tentando mascarar a tensão dos últimos dias. Ela fecha a porta atrás de si e se aproxima da mãe.
— Mãe, não precisava se preocupar. Eu estava... muito ocupada com coisas do trabalho. Por isso não consegui voltar antes.
— Eu entendo que você tem suas coisas, Enna, mas você foi embora sem dizer nada. Fiquei imaginando o que podia ter acontecido, se você estava bem, se algo... te alcançou. Já faz dias que voltou de viagem e você nunca voltou pra casa.
Enna suspira, desviando o olhar para esconder o cansaço.
— Está tudo bem, mãe. Sério. Eu só estava ocupada demais. Mas não tem nada com que se preocupar. Eu sei me cuidar.
— Eu sei que você sabe... mas você mal voltou a Buenos Aires. Desde que tudo aconteceu... eu só queria que você estivesse segura. Eu sinto que não te vejo mais, Enna. Nem sei no que você trabalha de verdade.
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DESTINO TRAÇADO// Agus Bernasconi
Fanficserá que o destino realmente junta duas pessoas incompatíveis no final? ✨🖤