Ocho

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Meses depois, a data do casamento já estava marcada e muito próxima também.

Os noivos decidiram que se casariam na fazenda e usariam branco, os dois. Seria um casamento no fim de tarde e Kelvin estava preparando tudo. Ramiro até tentou ajudar, mas ele não tinha jeito para organizar eventos.

Angelina foi a pessoa que mais ajudou Kelvin nesse processo. A mulher se tornou mais que uma amiga para ele, era como se fosse uma mãe. Ela o cuidava com muito carinho e sempre o defendia das implicâncias de Ramiro. Ficava sempre do lado do ruivo quando acontecia alguma briga boba. Não existe perfeição, então eles discutiam às vezes. Algo muito raro, porém acontecia, e quando acontecia, Angelina sempre tomava partido de Kelvin.

As crianças agora estavam entrando na adolescência, tinham 9 e 11 anos de idade. Kelvin sempre muito protetor não gostava de sair com Ramiro a noite e deixar as crianças para que Angelina tomasse conta, mas ainda assim, sair sem as crianças era mais frequente.

Eles tinham um show para ir naquela noite. Gustavo Mioto iria tocar na cidade vizinha e Kelvin adorava o cantor. Ramiro comprou um camarote para os dois, assim que soube do evento. Foi um presente para seu noivinho.

Para essas ocasiões, para dar uma mudada no visual, Ramiro usava uma jaqueta que Kelvin lhe deu de presente para ele compor os seus looks. O ruivo até tentava colocar mais cores no guarda roupa do outro, mas o fazendeiro sempre vestia as mesmas camisas e as mesmas calças. Bom, agora ele tinha uma jaqueta de festa, e realmente a usava porque achava lindo a felicidade estampada  no rosto de Kelvin ao vê-lo com ela.

Ao contrário  de Ramiro, Kelvin amava cores. Vestiu uma bermuda com detalhes trançados com correntes na lateral. Uma blusa de transparência com detalhes de retângulos coloridos de manga longa, uma jaquetinha curta também jeans e bota. Para compor o look usava um óculos de lente ovaladas na cor amarela e uma pochete.

Uma das coisas que Ramiro mais amava em Kelvin era a autenticidade que ele tinha, amava a identidade visual do seu pequetito, tinha orgulho de andar com ele ao seu lado vendo as pessoas o observando. Nessas horas ele sempre pensava “podem olhar, ele é lindo mesmo e é só meu”.

Ramiro não bebeu, estava dirigindo, mas incentivou que seu o noivo bebesse o quanto quisesse e aproveitasse ao máximo. Kelvin cantou alto todos os sucessos do cantor, sorriu todo contente e fez o fazendeiro dançar juntinho dele muitas e muitas vezes.

Voltaram tarde da noite, Kelvin no caminho acabou dormindo de cansaço. Fazia tempo que ele não ia a um show. Ramiro fazia questão de que seu pequetito fizesse tudo o que ele tivesse vontade, principalmente as coisas que ele costumava fazer antes e passou a não fazer depois que se tornou pai. Eles eram uma equipe, se apoiavam em tudo.

Quando a caminhonete estava entrando na fazenda, Kelvin despertou. Ao ver Ramiro dirigindo ao seu lado, lançou um largo sorriso e seus olhos queimaram em luxúria. Ele amava observar o noivo todo sério dirigindo.

— Rams, não vamos entrar em casa agora.

Ramiro não entendeu bem o pedido, apenas aceitou. Ele sempre fazia tudo que o ruivo queria. Assim que a caminhonete parou no estacionamento, Kelvin retirou o cinto e foi rapidamente para o colo de Ramiro. Foi nesse momento que o fazendeiro entendeu o porquê do pedido.

Kelvin o beijava com urgência, tirou apressado a jaqueta de Ramiro e abriu todos os botões da camisa do preto. Tirou sua jaqueta  e sua blusa também em um desespero que chegava a ser palpável. Apenas parou um pouco para respirar, porque seus pulmões já ardiam com a falta de ar.

— Nossa, Kevin, o que foi isso? — Perguntou Ramiro com dificuldade.

— Não fala Rams, eu quero você agora! Por favor! — Disse em um sussurro.

Nuestros Hijos: El amor, es la clave | Kelmiro Onde histórias criam vida. Descubra agora