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Capítulo 18
Noite do assassinato

É agora ou nunca.
Quem matou eles?
Por que?
Estou em frente a minha casa.
Carros da polícia enfeitam a entrada da minha residência.
Algumas pessoas estão me observando, vizinhos provavelmente, estou em estado de pânico, estou chorando, meus cabelos estão desengrenhados, embolados e pregados ao meu corpo que está suado de tanto que eu corri até aqui.
Um policial vem me abordar.
— Senhorita Rilla? — ele diz.
— Sim... —digo—, onde estão ? Cadê meus filhos? Seus corpos ? Onde estão ?.
Estou em aos prantos novamente, chorei tanto que sinto meus olhos arderem.
— Vamos.
O policial me levanta e me leva até dentro de minha casa.
Ao chegar na sala me espanto com o que vejo. Dereck.
Jack.
Sr. Clarck.
Rana.
E,
A Babá.
Todos estão sentados na sala de casa, três polícias estão em cantos separados da sala, como se estivessem ali para que ninguém pudesse sair.
Vejo Cat também ao lado de Dereck, ela vem até mim e se deita em minha frente, o policial está segurando meu braço quando enfim abro a boca.
— Jobs? — digo — policial Jobs?
— Sim, eu mesmo Rilla, te liguei mais cedo, por onde você estava ? Está com uma roupa de... — ele me olha e entende o que aconteceu — O que você fez? — ele sussurra agora.
Olho para ele, não respondo sua pergunta, e sim, lhe faço uma outra.
— Por que todos estão aqui ? O que tá acontecendo — digo caindo na real do que ele vai me falar.
— Um deles... — ele olha para mim e depois aponta com o dedo para todos na sala —, um deles matou seus filhos.
Sabe a sensação de não conseguir enxergar maldade? Era o que eu sentia antes de ouvir isso do policial.
Todos aqueles eventos não podem ter sido causados à toa.
As minhas mãos cortadas, o ferimento de Cat, a palavra cuidado no espelho, os sons que ouço, não podem ter sido à toa, tudo aquilo estava ligado, tudo aquilo era um indício de que algo iria acontecer.
Com meus filhos.
Dereck não pode ter feito isso.
Rana é minha irmã, sangue do sangue de meus filhos.
Jack é pai deles.
Clarck amava as crianças, era mesmo que uma avó para eles.
Mas, a Babá, ela está aqui a pouco tempo, ela sempre agiu estranhamente estranha desde que chegou aqui, foi ela.
— Foi você — digo olhando para ela.
Imediatamente ela olha para mim, sabe que é a culpada, e sabe que não vai conseguir esconder isso por muito tempo.
— Não, não fui eu, Senhora Rilla eu não faria isso com seus filhos, com os filhos de ninguém, por favor acredite em mim — seus olhos se enchem de lágrimas
— Sua vadia
Corro em sua direção para lhe atacar mas os polícias me agarraram me paralisando.
Dereck pede para eu me acalmar.
O restante permanece em silêncio.
Jack e Rana estão juntos no mesmo sofá, estão de cabeça baixa.
Sr.Clarck está com os olhos cheios de lágrimas e enxuga seu rosto com um lenço branco.
— Por favor, Rilla — Jobs me pede — , vamos sentar e investigar cada um.
Me sento relutante ao lado dele, um dos polícias está ao meu lado para evitar que eu rasgue a garganta daquela maldita.
— Vocês são os principais suspeitos, Jack você estava aqui essa noite, pelo que sei ia ficar aqui até a próxima quinta certo?
— Isso, eu ia me casar na sexta!
Jobs assenti com a cabeça.
— Rana, Você voltou novamente a casa da Rilla por que estava com problemas, e depois de ter uma briga com sua irmã, vocês beberam e você se desculpou e pediu desculpas a ela, certo?
— Sim, isso — Rana assente.
— Clarck, você era amiga da família, não é mesmo?
— Sim — Sr. Clarck diz aos soluços.
— Dereck?
— eu estava no trabalho e Jack me ligou dando a notícia, vim para cá no mesmo instante.
Jobs concorda.
— Isso é verdade, Jack? — Jobs questiona.
Jack olha para Dereck.
— Sim, é sim senhor.
— Me de seu celular.
— Por que?
— Quero ver a ligação horas.
Jack olha novamente para Dereck, que agora
abaixa a cabeça.
Por que ? .
— Tá aqui — ele entrega o celular para o policial e o entrega para Jobs, que checa o histórico de ligações.
— Tudo certo — Jobs me olha e entrega o celular para ele.
— Você estava aqui a noite junto com a Babá e Rana não é mesmo? — Jobs o questiona.
— Por que só eu estou sendo tão indagado aqui?.
— Por que você se incomoda com isso? — Jobs arqueia uma sobrancelha.
Jack solta o ar dos pulmões.
— Sim, eu estava, Rana não, Dereck ligou para ela vir, eu estava no quarto quando a babá aí, gritou no quarto das crianças, quando cheguei até lá, meus filhos estavam... mortos — ele começa a chorar agora — Desculpa.
– Quem é Geovana? – Jobs olha para Jack.
Ele fecha os olhos com mais força e arqueia a boca para falar o que me arrepia a pele.
– Minha mulher, minha noiva. – ele mexe a mão direita no ar e continua –, ela acabou de me contar sobre uma paciente que fugiu do hospital em que ela trabalha, ela é médica. Dei a notícia para ela sobre a perda de meus...
Percebo que a médica que não se identificou para mim é a mulher de Jack. É a sirigaita que estava com ele a anos atrás. Ela me ajudou, a confusão em minha mente só aumenta, mas não é isso que importa, é apenas um detalhe, e as peças estão se encaixando, assim como também irão se encaixar quando Jobs dizer que a culpada é a babá,
– Tudo bem – Jobs assenti.
— Rana ? — Jobs olha para ela —, isso é verdade?, Dereck te ligou?.
Olho para Rana, ela está me olhando de volta com um olhar diferente, talvez de culpa. Não é culpa de ter matado as crianças, mas de não ter evitado isso.
— É sim, Dereck me ligou e eu vim correndo para cá — ela confessa.
— Os celulares... de vocês dois, me entreguem — Jobs faz o mesmo que fez com Jack, pede para verificar o celular deles.
Dereck se levanta, mas o policial que ficou ao lado deles, segura seu ombro o colocando para ficar sentado novamente, ele percebe e volta ao seu canto.
— Os dois, entreguem os celulares ao policial ao lado de vocês, não se mexam, permaneçam imóveis — O policial Jobs ordena que todos fiquem sem se mexer até segunda ordem.
Minha irmã e Dereck obedecem sua ordem,    todos obedecem.
Os seus celulares são revistados e Jobs parece não encontrar nada que os incrimine.
— Os aparelhos vão permanecer à minha vista.
— Algo de errado? — Rana questiona a ele.
— Sem perguntas.
Rana suspira com a resposta do policial Jobs.
Não aguento mais essa agonia, está na cara que a culpada de tudo é a babá que eu contratei. Sua expressão é de apavoro, ela está com medo de ser pega, e sabe que isso irá acontecer.
Cat está ao meu lado e eu estou com os olhos escorrendo lágrimas sem parar, passo as mãos na sua cabeça e ela olha para mim.
Ela agarra a manga da roupa que estou vestindo, algo que está no meu corpo desde a internação no hospital. Cat não para, está mordendo o tecido me puxando para algo, ela rosna levemente ao puxar a minha roupa.
Não entendo o que ela está querendo, talvez esteja agitada com o que está acontecendo. Percebo que em seus pêlos, tem marcas de sangue, sangue deles...
Ela deve ter ido até o andar de cima, e se sujou com o líquido deles...
Cat agora vai até as escadas, e late lá para cima, está querendo me mostrar algo. É isso. Isso que ela quer, me mostrar o que não podemos ver, ela tem algo que não percebemos.
Saio do lado do policial Jobs e ele me indaga.
— O que está fazendo?
Ignoro sua pergunta e vou até o primeiro degrau da escada, Cat sobe a minha frente latindo enquanto avança cada vez mais.
Chego ao andar de cima e solto um grito tão alto que lá embaixo todos gritam meu nome.
– Não pode ser – digo com as mãos cobrindo minha boca –, você estava lá embaixo.
A Babá não está na sala. Ela está aqui em cima, comigo.

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