O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, e a casa de Stella e Suellen estava imersa, em um silêncio absoluto... O incidente do pacote na noite anterior fazia Stella sentir uma tensão crescente no ar, como se algo invisível estivesse prestes a acontecer. Ela não conseguia deixar de pensar como que seus pertences roubados teriam voltado de uma forma tão rápida e misteriosa. Existia algo mais forte despertando uma curiosidade em Stella: Quem escreveu aquele bilhete? E por que ele queria ver Suellen no outro dia?
Nesse instante, o pensamento de Stella a levou para uma conversa que tivera com seu finado pai Alberto, onde ele mencionou que sua tia Beatriz andava meio preocupada com Suellen e com um possível namoradinho dela. Mesmo assim, algo dentro dela dizia que entregar o pacote para a prima era o certo a fazer. Mas, isso não tornava o momento menos desconfortável.
Stella estava sentada no sofá da pequena sala, segurando a caixa entre as mãos, sem saber ao certo como falar com sua prima. Suellen entrou na sala despreocupada, ajeitando os cabelos e cantarolando, como se nada no mundo pudesse perturbá-la.
— Suellen... — Stella começou, sua voz carregada de hesitação. — Eu... acho que isso é seu.
Suellen ergueu uma sobrancelha, intrigada sem saber ao certo o que Stella queria dizer, enquanto Stella entregava a caixa.
Ao abrir a caixa e ver seu celular, o rosto de Suellen se fechou momentaneamente, mas logo ela recuperou a compostura.
— Uai rsrsrs, onde você encontrou isso? — perguntou Suellen, com um tom curioso e um sorrisinho malicioso, mas não totalmente surpresa. Era como se soubesse de algo, mas preferisse não revelar de imediato.
— Alguém jogou por cima do muro. Veio com um bilhete, dizendo que era pra você. — Stella cruzou os braços, observando a reação da prima, esperando por algum tipo de explicação.
Suellen ficou em silêncio por alguns instantes, analisando o aparelho em sua mão. Não era qualquer celular, e ela sabia o que isso significava. Um suspiro leve acompanhado de um sorriso escapou de seus lábios.
— É você está de volta bebezinho — Suellen respondeu, dando um beijo em seu próprio celular. — Obrigada por me entregar.
Stella não hesitou em perguntar, aliás, sua curiosidade estava transbordando.
— O que ta acontecendo Suellen? Por que te mandaram isso assim, do nada?
Suellen balançou a cabeça, sorrindo levemente, como se achasse a pergunta de Stella ingênua.
— Não se preocupa com isso, Stelinha. Aqui no morro, certas coisas funcionam de um jeito que você ainda não entende. O importante é que nossas coisas estão aqui. — Respondeu ela dando uma leve piscada sapeca enquanto ia em direção a cozinha voltando a cantarolar.
Stella sabia que Suellen estava escondendo algo, mas decidiu não insistir. A última coisa que queria era se envolver mais nos mistérios do morro do que já estava.
— Se você diz... — Stella respondeu, um tanto desconfiada.
Com o celular em mãos, Suellen ficou um pouco inquieta, como se algo estivesse acontecendo naquele exato momento, mas não quis compartilhar. Então, ela ajeitou o cabelo e pegou sua bolsa.
— Eu preciso sair um pouco para resolver umas coisas. Daqui a pouco eu estarei de volta. — Suellen disse, com um sorriso que Stella não conseguia decifrar. Antes que Stella pudesse responder, Suellen já estava na porta, deixando um rastro de mistério para trás.
"Seria bom dar uma volta também, para esfriar a mente um pouco" foi o pensamento de Stella enquanto ela observava sua prima sair pela porta...
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A Linha Entre Nós
RomanceStella, filha de Alberto, um respeitado policial federal, sempre viveu uma vida de luxo e conforto. Apesar de sua riqueza, ela nunca perdeu a humildade e sempre acreditou que não há porta que o dinheiro não possa abrir. Sua vida muda drasticamente a...