Correntes Invisíveis

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Diego e Stella ainda estavam no chão, com os corpos próximos, e o clima ali era cortante como uma lâmina afiada. A respiração de Stella estava acelerada, e ela sentia o toque acidental das mãos dele contra a pele dela, Stella e Diego estavam tão próximos que o mundo ao redor parecia ter sumido. O tempo parecia ter congelado, e a tensão entre os dois crescia a cada segundo. Stella podia sentir o toque das mãos de Diego roçando as dela, sua respiração entrecortada combinava com o ritmo acelerado do seu coração, quente e ao mesmo tempo desconcertante. Seus olhares se encontraram mais uma vez, e algo passou entre eles, uma tensão que se espalhou como uma corrente elétrica pelo ar ao redor.

Diego observava cada detalhe do rosto de Stella, os olhos expressivos que, por um instante, demonstravam algo entre medo e curiosidade. A respiração pesada de ambos se misturava, e a proximidade física os colocava em uma situação de vulnerabilidade inesperada. A faísca entre eles era impossível de ignorar.

Sem que percebesse, a mão de Diego roçou de leve contra a de Stella, criando um contato que fez o coração dela disparar. Ela estava tão perto que podia sentir o cheiro da pele dele, uma mistura de suor e um perfume amadeirado, bruto e intrigante. As palavras não saíam, e parecia que o tempo havia congelado.

Diego, por sua vez, permanecia imóvel. Ele a observava como se estivesse tentando entender o que estava sentindo, o que aquela garota desconhecida tinha de tão diferente. Ele lentamente ergueu a mão e, com um movimento delicado, colocou uma mecha de cabelo de Stella atrás da orelha, os dedos roçando de leve a pele dela.

— É você... — sussurrou Diego, quase para si mesmo, com o olhar perdido naquele instante.

De repente, antes que qualquer palavra pudesse ser dita por Stella, o som de passos rápidos ecoou pelo beco, interrompendo o momento em um rompante. Suellen apareceu com o semblante tenso, o rosto contraído em uma expressão de preocupação. Ela parou, quase ofegante, ao ver Diego no chão com Stella por cima dele. Seus olhos se arregalaram por um segundo, mas rapidamente ela assumiu uma postura defensiva.

— Stella, Diego?! — Suellen disse, quase em choque. — O que diabos está acontecendo aqui?

O corpo de Stella se enrijeceu no mesmo instante. Ela se afastou apressada, sentindo o rosto corar. Diego, por sua vez, levantou-se com a mesma tranquilidade de sempre, mas seu olhar continuava fixo em Stella, como se Suellen não estivesse ali.

— Tá tudo bem? O que ta acontecendo aqui? — Suellen questionou, olhando com desconfiança para Stella.

Stella, sentindo o peso da tensão agora misturada com constrangimento, limpou as mãos nervosamente na calça e deu um passo para trás. A magia do instante anterior havia se quebrado, mas o impacto do encontro entre os dois ainda pairava no ar, como um fantasma que não poderia ser ignorado.

Suellen, sem tirar os olhos de Stella, cruzou os braços e olhou para Diego, claramente incomodada com o que tinha acabado de presenciar.

Diego desviou o olhar e caminhou em direção a Suellen, mantendo seu semblante impassível.

— Não é nada, Suellen. Eu... eu estava apenas... — Stella gaguejou, sem saber como explicar.

— Não foi nada, Suellen — ele respondeu secamente, seus olhos ainda brilhavam com o resquício do momento que acabara de ser interrompido.

A tensão entre Stella e Diego foi rompida no mesmo instante. Tentando recompor-se, um pouco ainda ofegante, e sentindo o calor daquele encontro arrebatador, Stella tentou se levantar, mas seu colar — uma correntinha de ouro, fina e delicada — escorregou de seu pescoço, caindo silenciosamente no chão de pedra, sem que ela percebesse. O pequeno pingente bateu suavemente contra o concreto, fazendo um leve barulho que apenas Diego notou.

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