O Dia Seguinte

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Era o primeiro sábado em muito tempo em que Frank não trabalhava, nem mesmo remotamente. Tinha conseguido adiantar o trabalho e, assim, estava com o final de semana livre — isto é, até alguém decidir ligar para ele e lhe pedir ajuda para algo. Isso costumava acontecer frequentemente.

O que acordou Iero naquele maravilhoso sábado foi a fome, aumentada pelo cheiro de comida que vinha da cozinha da casa. Por um bom tempo, ele ficou deitado de olhos fechados, apenas apreciando o cheiro e se perguntando sua origem, uma vez que ele morava sozinho, até que todas as lembranças da noite anterior lhe fizeram acordar completamente, levantando-se de supetão. Foi como uma batida de carro: dolorosa e confusa.

O rapaz saiu da cama desorientado, correndo até a cozinha para ver o que estava acontecendo ali. Mesmo sabendo que os acontecimentos do dia passado não foram um mero sonho, ele ainda se pegou surpreso ao ver Gerard no recinto, usando tudo que havia na cozinha como se a casa pertencesse a ele.

— O que você está fazendo? — perguntou Frank, se aproximando do ruivo, que tomou um susto com a presença do rapaz.

— Puxa! Eu não tinha te visto entrar! — ele exclamou, sorridente. — Huh, eu estou fazendo café da manhã para nós. Achei que seria uma boa forma de agradecer por nos deixar ficar aqui.

— Ah… — O rapaz olhou incomodado para a bagunça da cozinha.

— Eu sei, eu tenho um pouco de dificuldade de deixar as coisas organizadas enquanto eu cozinho. Mas não se preocupe! Vou limpar tudo depois.

— Você não precisa fazer isso. Você é meu hóspede…

— E por isso mesmo eu preciso ajudar a manter a casa limpa. Vamos, não é nada demais. — Com ajuda da frigideira, Gerard virou no ar a panqueca que fazia. — O café está quase pronto. Por que você não se senta e espera eu acabar? Nós podemos conversar enquanto isso.

— Huh… Okay.

Por um momento, os dois ficaram em silêncio, Frank em seus próprios pensamentos e Gerard focado em fazer o café da manhã. Foi o ruivo que, depois de alguns minutos, decidiu dizer:

— Você tem uma bela casa.

— Obrigado. Você tem um belo… — Frank pensou por alguns segundos antes de completar a frase. — Cabelo

Uma risadinha contida saiu da boca de Gerard, que ficou tão vermelho quanto seus cabelos. Com certeza havia apreciado o elogio.

— Obrigado. Eu tento cuidar bem dele.

Houveram mais minutos de silêncio antes da conversa voltar.

— Eu sinto muito pelo seu emprego… E pelo seu apartamento… E pelos seus pais.

Gerard crispou os lábios e deu de ombros, tentando manter o bom humor.

— Coisas assim acontecem o tempo inteiro. É a vida, eu acho.

— Dizem que coisas ruins só acontecem com pessoas boas.

— É… — A imagem de Hayley veio à mente do ruivo ao ouvir aquelas palavras. — Acho que você tem razão.

— Então… Cadê a garota? Hayley, não é? — perguntou Frank, como se tivesse adivinhado os pensamentos do outro.

— Isso mesmo. Ela estava dormindo da última vez que chequei. A coitadinha estava exausta. Não acho que vá acordar tão cedo.

— Hum… — Frank assistiu Gerard colocar uma xícara cheia de café em sua frente, sem açúcar. — Ah, obrigado…

O ruivo colocou uma xícara para si e tomou um gole ao mesmo tempo que Iero, antes de voltar sua atenção para as panquecas de novo.

The Only Exception || {frerard}Onde histórias criam vida. Descubra agora