Um Almoço e Uma História

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Se Gerard estava tremendo dos pés à cabeça por causa de seu irmão, Mikey estava quase vomitando de nervosismo. Tinha acordado naquele dia achando que tinha tido um sonho muito estranho, mas Kristin confirmou a ele que foi tudo verdade. Agora, ele não sabia o que pensar.

Por que Gerard tinha ido embora? Por que tinha voltado? Quem era aquela garota? Por onde ele tinha andado?

Todas essas perguntas tinham respostas, mas ele tinha medo delas.

Quando a campainha da casa tocou, Michael precisou respirar fundo várias vezes para conseguir passar uma imagem de calma e confiança, antes de abrir a porta.

— Oi! — ele cumprimentou, fingindo tranquilidade. — Estávamos só esperando vocês. Vamos, entrem! Fiquem à vontade!

— Com licença… — Gerard murmurou, um tanto tímido, enquanto tirava os sapatos e os colocava na sapateira ao lado da entrada. — Wow… Mikey, sua casa é linda!

— Não diga isso para mim. Foi a Kristin que arrumou tudo. Se fosse eu, estaria tudo numa zona!

— Gerard! Frank! Bem-vindos! — Kristin saiu da cozinha limpando as mãos em seu avental. Parecia ser a única que realmente estava tranquila com o encontro. — Vamos, tirem esses casacos, está quente aqui.

— Olá, Kristin — Gee cumprimentou com um sorriso. — Sinto muito pela bagunça de ontem. Não queria ter causado uma má impressão…

— Má impressão?! Pare com isso! Eu achei você um doce! E tem um estilo incrível!

O sorriso do ruivo se tornou muito mais verdadeiro ao ouvir aquilo. Ele olhou para a própria roupa e corou, sem jeito.

— Obrigado! Eu também amo as suas roupas.

— Muito obrigada, querido! Vem, vamos sentar. Já estão com fome?

O almoço foi estranho. Havia uma grande tensão entre eles que cortava qualquer conversa trivial que pudesse acontecer, então o silêncio reinou quase que o tempo inteiro. Frank chegou a perguntar onde estava Rowan, e Mikey lhe respondeu que ela estava na casa de uma amiguinha de escola, mas o diálogo parou por ali. Todos sabiam que havia muito o que se falar, mas nenhum deles sabia como abordar o assunto.

Já ao final do almoço, quando todos estavam retirando as coisas da mesa e colocando a louça suja no lava-louças, Gerard sentia que iria explodir de tanta tensão. Ele pediu licença a todos e foi até o quintal da casa, sentando-se na escada da varanda e acendendo um cigarro. O fato de que a nicotina o ajudou a se acalmar lhe deixou um tanto chateado. Hayley não gostava que ele fumasse, mas era o único vício que ele ainda se permitia ter.

Ninguém veio falar com ele enquanto fumava. Quando acabou, ainda ficou alguns minutos fora da casa, apenas apreciando a calmaria dos subúrbios, até criar coragem para voltar para dentro. Ao fazê-lo, deparou-se com todos sentados no sofá, falando baixinho, provavelmente sobre ele.

O olhar de Gee encontrou com o de seu irmão. Era a mesma sensação de encontrar uma luz no fim de um túnel escuro.

Havia algo preso na garganta do ruivo há anos, e agora esse algo estava doido para sair. Ele decidiu que não iria ficar mais calado.

— Então… — O rapaz cruzou os braços, meio sem jeito. — Vamos lá. O que vocês querem saber?

Mikey se encontrou meio perdido com essa fala. Não esperava que seu irmão estivesse tão aberto àquela conversa.

— Bem… — ele coçou a cabeça, evitando olhar nos olhos dele. — Que tal começar por onde você estava esse tempo todo?

— Em vários lugares — respondeu Gerard, sentando-se em uma das poltronas da sala. — Primeiro, estive em Nashville, no Tennessee. Foi onde eu conheci a Hayley. Depois, fui para Nova York, e morei em várias áreas da cidade, desde então. Meu último apartamento era no Brooklyn.

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