GILBERTO, NÃO SOU EU QUE ENTRO AGORA! - A voz de Bethânia ecoava por toda casa. Gilberto Gil insistia em dizer que a baiana entraria no refrão de uma música nova, mas não sabia que estaria arrumando briga com a mulher!
Afe Maria, o que é isso Maria Bethânia?! - Gal chegava com sutileza, repousando suas mãos nos ombros de sua esposa que se encontrava em pé, com as mãos na cintura, gritando ainda.
Meu amor, diga a este velho ranzinza que eu entro no início, e você entra logo em seguida, se não, já era esse show! - Agora Bethânia tinha suas mãos a volta de Gal, e sua cabeça repousava no ombro da esposa, como uma criança chateada.
Gil, vou levar esta chata pra dormir. Vocês não deveriam ensaiar até esse horário, viu? Vai pra casa também, flora deve estar preocupada já. - Agora Gal retribuía o abraço de lado que Bethânia a dava, mantendo um carinho gostoso em seus cabelos.
Certo, minha amiga. De um jeito nesta insuportável! - Gil pirraçava Bethânia com uma cara séria, depois foi embora.
Passaram-se 15 minutos e Bethânia já se encontrava na cama, lia um de seus quadrinhos na esperança de dormir mais rápido. Já Gal, arruma sua penteadeira.
"A meu amor" - De novo. A melhor parte de seus dias. O jeito mais apaixonado de se viver. Uma carta daquela que já era sua.
Salvador, 19 de setembro de 1979
Gal, minha Gal.
Se meu caderno falasse, diria que te amo mais que tudo, que te preciso até mais que oxigênio.
Se meu violão falasse, diria que tudo que sei cantar é você, que minha arte é sobre você.Te amo quando sentamos juntas, em uma terça qualquer, abrimos um vinho e ficamos de chamego. Te amo quando você respira.
Obrigada, Gal Costa, por me trazer a vida, a alegria.
Você é minha paz, minha luz e minha força, se tirar você de mim, não sou nada além de solidão.De tua Bethânia.
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Possivelmente o cap que menos gostei, amigas, mas faz parte! Caso tenham sugestões comentem <3
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entre versos.
ФанфикCarta; "é um texto cuja finalidade é estabelecer um diálogo entre duas partes distintas, podendo ser com um interlocutor próximo ou distante do convívio do autor." Pequenas histórias de Gal Costa e Maria Bethânia, ou, como chamo, as mães da mpb!