entre versos.

Você oque?

GAL, GAAAAAAAL, GAL! - Bethânia lançava um estrondoso grito pelos corredores da enorme e aconchegante casa, na esperança de obter retorno de sua amada.

Meu Deus, Maria Bethânia! Oxente pra que esse grito? - Gal agora se fazia presente na sala de estar, sentando-se entre o braço do sofá e a namorada.

Desculpa, minha morena - lhe deu um beijo casto - eu contei, pra minha mãe! E pra Caetano.. e também pra Chico.

VOCÊ OQUE, BETHÂNIA?? MEU DEUS. - Agora a mulher se levantava, como num pulo, completamente assustada.- Maria Bethânia, nós não iríamos esperar mais um pouco? Meu Deus você contou pra muita gente..

Eu contei pro Gil também, e aí a Flora ouviu.. - Fez cara de cachorro que caiu da mudança, com a expectativa de que sua mulher não brigaria mais com a mesma.

Sua sorte é que te amo, muito! - Sentou-se novamente, agora suspirando meio aliviada e meio tensa.- o que eles disseram?

Que estão felizes, muito felizes! Bom, Caetano e minha mãe cantaram Vitória, falando que já era a hora de estarmos juntas. - riu deitando a cabeça no colo de Gal, mantendo um carinho em sua mão direita.

Hmm - Sorria apaixonada - eu ficaria aqui a noite toda, mas preciso dormir pro show de amanhã.. Me acompanha, Mabe? - apertava a mão de sua namorada.

Vamos sim, amor. - se levantaram e, abraçadas, foram a sua cama, deitando agarradas uma a outra.

O tempo ia passando e com ele o sono de Gal se ia. Muitas coisas tinham acontecido nos últimos 3 meses. Seu relacionamento com Bethânia realmente tinha se tornado tudo em sua vida, e, como nunca imaginava, está feliz, inebriada com a sensação de uma relação tão intensa e forte.
Com o sono desaparecido, se desvencilhou sutilmente de Maria e, sentando-se a admirando, começou a escrever uma carta.

Salvador, 25 de maio de 1965
Minha Mabe.

Me desculpe se pareci irritada quando me disse que contou a seus pais sobre nós. Te juro que foi o calor da emoção, mas fiquei feliz, muito feliz! Tenho tanta sorte em ter você ao meu lado.. como minha mulher.

Obrigada, por ser minha coragem, minha verdade. No próximo domingo, direi a minha sogra que o ventre dela deve ser louvado!

Eu te amo, mais que tudo. Mais que todos.

De tudo Gal Costa.

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Realmente, dona canô não tem um útero, tem uma máquina de filho artista!
Caso tenham sugestões comentem amigos, e perdoem a demora.