BUARQUE, SOCORRO. - Bethânia adentrava o apartamento do amigo chorando, e, num momento de desespero se jogou no sofá do mesmo.
Meu Deus do céu Maria Bethânia! - Chico aparecia totalmente apavorado, esperando algo horrível sair da boca da mulher. - O que houve, ãn? - Sentava ao lado da mulher, fazendo um carinho em seus cabelos.
Eu. Beijei. A. Gal. - Falava tudo pausadamente, como se o entendimento de Chico fosse ser melhor deste jeito.
Ah! Então.. Porque você tá chorando? Isso não é uma coisa boa, tipo, muito boa? - Sua cara não escondia que estava totalmente perdido com a situação.
Tô chorando porque amo ela, eu estou apaixonada por ela Chico, tipo, MUITO apaixonada. - Intensificava o choro, mas agora tinha um sorriso no rosto.
E você verbalizou isso pra ela, Mabe? Ou só beijou e.. fim? - Buarque, um fofoqueiro nato.
Eu não consegui, fiquei travada. Ela deixou Maria Bethânia muda. - Agora ria, limpando suas lágrimas sutilmente.
Beth, respira. Escreve pra ela. - No momento que terminou a frase, recebeu um abraço forte de Bethânia, parecia que a mulher iria aderir a sua ideia.
Um papel e uma caneta. Rápido Buarque! - Fato, ela iria aderir a ideia.
Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1965
Gal, fatal, tropical, colossal. Como escrevo uma carta pra você? Como verbalizo os milhões de sentimentos que tem me despertado? Como digo que te preciso?
Ultimamente a única coisa que tenho conseguido pensar é em você, e em quanto quero estar contigo a todo instante, a todo custo.
Esse beijo, esse sorriso. Gal Costa, você é tudo. Você é o passado o presente e o futuro. Você é um céu estrelado, um sol enluarado.
Que eu possa ser tua em cada vão ou momento, em cada solidão, em cada pensamento.
Que você possa ser minha em cada poesia, em cada melodia.
Te amo como num filme, te amo com a força de um furacão. Te amo apenas porque te amo, assim, sem razão.
Da tua Bethânia.
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Gente, esse aqui deu boa, gostei!
Caso tenham sugestões, comentem! Adoro que interajam..

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entre versos.
FanfictionCarta; "é um texto cuja finalidade é estabelecer um diálogo entre duas partes distintas, podendo ser com um interlocutor próximo ou distante do convívio do autor." Pequenas histórias de Gal Costa e Maria Bethânia, ou, como chamo, as mães da mpb!