Foi ciúme sim

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Já era tarde, passando das 1:30, e Bethânia ainda se encontrava sentada aos pés da cama refletindo sobre a crise de ciúmes que havia tido poucas horas antes.
Gal dormia como se nada tivesse acontecido.

Ah, Gal. Me desculpe. - Bethânia sussurrava olhando com tristeza para esposa.

Seus pensamentos viajavam pela cena ridícula que tinha montado. Gal nunca a trairia e ela sabia disso, mas o medo de perdê-la ainda se instalava em seu coração.
Foi aí que decidiu como colocaria todo seu arrependimento visível para a amada: Uma carta. Certamente amanhã logo cedo a entregaria, é, este era o jeito certo.

Salvador, 05/07/1972

Minha Gal tropical.
Desculpe o auê. Eu não queria magoar você.
Fiz uma cena ridícula, eu sei.
Meu bem eu acredito em seu amor mais do que tudo, só tenho medo, muito medo de te perder. Sabe, não posso impedir que conheça alguém e o ache mais interessante que eu.

Escrevi porque não consigo verbalizar o que sinto. Está tudo confuso demais, como 2 e 2 são 5, entende?

Quando vi aquelazinha dando risos frouxos pra você, passando a mão em sua cintura.. Ah, Gal. Como alguém tem tamanha audácia?! Te juro que só não arranquei os cabelos dela porque Chico me segurou!

Tirando esta parte de meu barraco, quero lembrar-te que te amo. Mais que tudo, mais que o infinito.
Esse teu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca, foi me deixando quase louca.

Sempre eu e tu, minha mulher. Desculpe o escândalo, quando mexem com o que é meu, rodo a baiana.

Tua Bethânia ciumenta.
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Oi migos. Esse cap confesso que foi um delírio meu. Ficou meio mé, mas tudo certo!
Pegaram as referências??
Caso tenham sugestões, comentem ein!

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