Capítulo 37

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Luan tinha certeza que já havia secado a água do seu corpo. Ele chorava descontroladamente, sentindo um desespero crescente enquanto Melissa estava dentro da sala do médico. Júlia estava encostada na parede à sua frente, também com uma expressão de preocupação.

Em sua mente repassava tudo que ele tinha vivido com Melissa nesses últimos meses. Nada agradável. As palavras de Gizelly voltando para o perturbar, ele sentia que o ar de seus pulmões estava escasso.

Ele não queria ter causado mal a ela, mas sua mente estava o fazendo apenas reviver a forma que ele estava a tratando. Não devia ter feito tudo que fez, não devia ter sido tão pesado com ela, só queria a fazer parar de tratar Rafaella mal, mas Gizelly tinha razão.

Não era sua luta. Sua luta era cuidar da mãe da sua filha, para que ela venha bem a esse mundo. Sua luta é assumir a responsabilidade de ter transado sem camisinha e crescer no trabalho para ter o suficiente para sustentar sua pequena menina que irá nascer.

Irá nascer? Ela ainda está viva?

Sentiu as lágrimas voltarem com toda a força e o coração apertar. Não podia perder sua filha. Nem tinha a conhecido ainda, mas queria. Queria conhecer sua filha. Colocou a mão sobre o peito, tentando diminuir a dor e trazer mais ar para os pulmões, mas estava difícil.

— Beba um pouco de água! — A voz de Júlia soou perto, mas ele não levantou a cabeça para olha-la.

O copo de água apareceu na sua visão e segurou nele com um pouco mais de força do que queria, derramando um pouco no chão. Bebeu até a última gota, sentindo que poderia vomitar a qualquer momento.

— Obrigado! — Não sabia como sua voz tinha saído.

A água ajudou. Ele respirou um pouco mais e conseguiu controlar as lágrimas, tentando focar no que viria a seguir. Ele precisava ligar para Rafaella. Ou talvez Gizelly. Com certeza Gizelly, Rafaella não pode ter seus nervos agitados assim.

Sentiu a mão de Júlia em suas costas e a olhou. Ela estava sendo tão gentil e preocupada, estava o ajudando bastante. Mais do que ele podia pedir.

Inclinou-se para o lado, um pouco mais perto dela, apenas para sentir mais de seu carinho e sentiu a outra mão dela ir para seu braço, enquanto a outra passeava por suas costas.

— Luan Jared? — A voz médica soou.

— Jared? — Escutou Júlia perguntar.

— É um dos meus nomes do meio! — Ele respondeu, se levantando. — Meu nome é meio grande...

Se aproximou do médico sentindo o medo voltar com tudo.

— Melissa tá bem? Mi-nha filha tá vida? Elas estão bem?

— Sua filha está viva sim, por um milagre, se você acredita neles! — Ele falou, sério. — A mãe está esperando o resultado do raio x. Ela bateu a cabeça e isso é muito perigoso, ainda não sabemos ao certo se houve algo pior! Por hora, ela está desidratada e bem fraca, já que perdeu sangue, mas sem risco a vida!

Luan sentiu o ar entrando em seus pulmões.

— O resultado não vai demorar para sair, só um vai poder entrar no máximo duas pessoas para vê-la. Ela acordou a um tempo, mas estava tão agitada que tivemos que acalma-la para não ser pior para ela e o bebê! Não pode dormir, por causa da batida na cabeça, então ela vai estar bem grogue! Uma enfermeira vai ficar lá para caso ela reclame de dor ou algo a mais, nós precisamos acompanhar a todo segundo!

Luan assentiu. O médico ainda explicou um pouco mais e falou que ela precisaria ficar de repouso extremo por pelo menos cinco dias e que sobre a batida na cabeça, dependeria do resultado. Falou sobre a alimentação dela e como teria que mudar algumas coisas para manter o bebê a salvo.

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