Capítulo 3

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Faziam apenas 30 minutos que a festa tinha começado e Gizelly já não aguentava mais. Ela estava animada antes, ela havia caprichado no vestido, na maquiagem e mesmo Rafaella tendo deixado claro que não estava interessada, ela tentaria pelo menos a impressionar e conhecê-la mais. Sem flertar, é claro, pra não ultrapassar limites.

Tinha essa ideia de que Rafaella só não estava interessada pela sua idade e queria mostrar pra ela que isso não seria um problema, mas como fazer isso sem nem conversar com ela? Viu a festa como uma oportunidade para pelo menos tentar conhecê-la mais, mas é claro que sua mãe tinha que apresentar Antônio e agora Rafaella estava babando por ele.

Suspirou. Provavelmente não valeria a pena tentar se aproximar dela a final de contas. Mesmo que fosse tudo que Gizelly mais queria desde que botou os olhos nela na balada, mas não seria uma chata. Se Rafaella não queria, ela não queria e ponto. Não tinha muito o que Gizelly fazer. Ela já tinha pedido o número, mas foi negada duas vezes.

— Gizelly, alô? — A voz de Manu de repente ficou alta em sua mente.

— Oi! — Gizelly falou, acordando de seu pequeno transe.

Sentiu a mão doer um pouco por conta do copo de Whisky que segurava parado no ar sem nem perceber. Manu riu.

— Tava babando por quem? Não me diga... aquela mulher que você falou tá aqui mesmo?

Gizelly assentiu e apontou com a cabeça na direção de Rafaella e Antônio, que conversavam animadamente.

— Ih... — Manu sorriu um pouco sem graça. — Antônio, em? — Ela encarou um pouco mais, mas depois sentou na mesa do seu lado. — Você não me disse que essa mulher... como era o nome mesmo?

— Rafaella! — Gizelly respondeu.

— Rafaella! — Manu continuou. — Você não me disse que Rafaella era uma mulher mulher!

Gizelly riu.

— Como assim mulher mulher?

— Digo... mulherão! Mulher bem mais velha! Ela tem quantos anos? Quarenta?

Gizelly mordeu o lábio inferior.

— Quarenta e oito!

Manu arregalou os olhos.

— Ok! Hm... — Ela olhou novamente pra Rafaella. — É, não vou julgar! Ela é realmente linda! Olha os cabelos daquela mulher!

Gizelly suspirou.

— É porque você não viu ela de perto, os olhos dela, nossa! Como eu queria que ela me desse uma chance! Mas, não acho que vou tentar novamente...

Ela viu Manu franzir as sobrancelhas, mas a mesa ficou em silêncio por um bom tempo. Gizelly sabia que Manu estava pensando em algumas respostas e escolhendo a melhor. Sua amiga sempre ponderava bastante tudo que iria falar. Sempre foi assim, desde criança.

A conheceu quando ainda estava no jardim de infância e apesar de não ter tantas memórias assim daquela época, a amizade dura até hoje e elas já se conhecem como se fossem irmãs. E pra Gizelly, elas eram mesmo.

Manu passou ao seu lado em sua fase rebelde, quando Gizelly se revoltou com seu pai por ele trair sua mãe. Passou por sua fase de tristeza, que era quando Gizelly só queria ficar em casa e não queria nem estudar. Passou pelo divórcio de seus pais e como foram tempos difíceis esses.

E agora, na melhor fase que Gizelly estava. Tinha frequentado psicóloga na adolescência e voltou a uns anos atrás, sendo a melhor coisa que fez. Hoje está muito bem com a vida, trabalha com o que quer e depois de ter tido muitas transas sem compromisso, pensou em encontrar alguém mais sério.

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