Capítulo 10

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Rafaella abriu a porta já com o sorriso mais sincero que pôde dar. Ela estava cansada só pelo que tinha feito nos vinte minutos que esperava Gizelly, que foi arrumar a cama, lavar o corpo do pescoço pra baixo, escovar os dentes e atender a porta.

A todo momento, imaginando como seria se estivesse sozinha, como sempre esteve, já que mesmo quando era casada e adoecia, não recebia qualquer atenção de Allan e suas filhas apenas passavam para dizer um "melhoras" e conversar um pouco, mas nunca a ajudaram de verdade.

— Bom dia! — Gizelly falou assim que avistou a mais velha.

Rafaella abriu caminho pra ela entrar, vendo várias sacolas nas mãos dela e... uma mala?

Gizelly pareceu notar sua confusão olhando para a porta, onde a mala havia sido colocada provavelmente para que ela pudesse levar melhor as coisas para dentro.

— São só algumas roupas pra caso eu passe mais de um dia! — Gizelly coçou a garganta. — Eu imaginei que seria melhor se eu ficasse até você melhorar, mas caso não queira, não tem problema! Eu posso dormir em casa e vim pra cá pela manhã...

Rafaella mordeu o lábio inferior. — Não ligo que fique... só não estava esperando que quisesse ficar!

Gizelly riu, tendo a sobrancelha franzida em sua direção.

— Eu gosto de você, Rafaella! Sua companhia sempre vai ser algo que eu quero! — Falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Rafaella apenas assentiu, escondendo a euforia que de repente se criou em seu peito. Gizelly era tão direta, tão sincera e não parecia ter medo de falar o que sentia. Foi assim desde a balada e agora ela percebia isso com mais clareza.

Talvez fosse por isso que tudo era fácil com ela, porque não existiam muitas dúvidas no ar, já que a sensação era de que podiam conversar as coisas mais profundas de seus corações e não teriam julgamento ou afastamento de nenhuma das partes.

Era pra ser estranho, ela bem sabia. Se lembra como era seu relacionamento com Allan quando tinha seus 25 anos. Nada maduro, cheio de brigas, sexo um pouco louco e com pouquíssimas conversas entre eles sobre o relacionamento.

Após vagar um pouco por sua mente, voltou para si quando Gizelly já havia colocado as sacolas na cozinha e voltava em sua direção. Rafaella fez menção de pegar a mala e Gizelly deu uma corridinha em sua direção.

— O que tá fazendo? Você está doente, eu levo a mala! — Gizelly falou e segurou sobre sua mão, gentilmente a afastando.

Rafaella sorriu. — Costume de querer ajudar! — Ela respondeu e sentiu uma tosse querer sair, virando o rosto e cobrindo a boca.

— E que roupas são essas? — Gizelly perguntou assim que fechou a porta e parou em frente a Rafaella, com a mala na mão. — Digo, você está absolutamente linda, mas... não estão desconfortáveis?

Rafaella sorriu envergonhada. Ela tinha vestido uma calça jeans e blusa colada ao corpo. Tentou ajeitar o cabelo o melhor que pôde também. Não queria que Gizelly chegasse e a encontrasse uma ogra acabada deitada na cama. Mas, via agora que tinha exagerado um pouco.

Apenas assentiu. — Vou trocar de roupa!

— A mais confortável que encontrar, quero você descansado bem! — Gizelly falou e se aproximou, deixando um beijo em sua bochecha e suspirando. — Não precisa descer de novo, vou levar o café da manhã pra você, ok?

Rafaella soltou a respiração, sentindo-se nas nuvens por alguns segundos.

— Ok!

Demorou pra ela escolher a roupa, estava dividida entre realmente pegar a mais confortável, como Gizelly tinha dito, ou pegar uma que ainda seria confortável, mas um pouco mais bonito, como uma camisola de cetim.

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