Capítulo 48

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Esse era o sétimo dia de vida de Gabriel .

Rafaella já não lembrava mais da última vez que havia dormido bem e sabia que ainda ia demorar pra conseguir tirar um bom sono. Talvez nunca mais, não poderia prever o futuro, mas lembrava que demorou bem mais que um ano para dormir melhor após as gêmeas nascerem.

Sua única esperança era Gizelly. Quem sabe quando Gabriel estivesse dormindo a noite toda, com a presença de Gizelly ela conseguiria voltar a dormir melhor. Calma ela ficava, nas mãos da esposa, nos sussurros e no calor do corpo dela.

Como agora, que Gizelly tinha um braço em sua cintura e beijava lentamente suas costas, sussurrando que Rafaella podia dormir, que ela levantaria quando Gabriel chorasse e o traria para seu colo.

As palavras eram suaves. Os beijos sem malícia. O momento perfeito. Se ela pudesse pausar o tempo, com certeza seria bem agora.

Apesar de que seus dias também estavam sendo perfeitos, mesmo com o cansaço e pouco descanso, Rafaella não tinha do que reclamar. Ela não estava tendo que se preocupar com a casa limpa, porque Mary, a mulher que haviam contratado para manter a casa, deixava tudo brilhando. Não estava tendo que se preocupar com Gizelly saindo durante a noite, como Allan fazia, voltando bêbado e querendo transar mesmo sem Rafaella poder.

Não estava tendo que se preocupar nem com a compressa quando a dor ameaçava voltar, porque Gizelly cuidava disso. Apesar de que agora ela já não estava sentindo com mais frequência, finalmente conseguindo sentar melhor.

E o principal, não precisava se preocupar com a criação de Gabriel . Gizelly o tratava com todo o amor que tinha, assim como Rafaella fazia, o que era tudo de melhor que ela poderia ter na vida. O amor de Gizelly pelo seu filho e por ela.

O dia a dia também estava sendo repleto de alegria. Ela estava fazendo chamadas de vídeo com Melissa pra poder ver Sophia e a filha poder ver Gabriel sem precisarem se deslocar. Chamadas de vídeo com Valentina, Luiza e Leo também e Giovanna estava visitando um dia sim, um dia não.

Rafaella sorriu, fechando os olhos para tentar dormir. Amanhã seria a vacina de BCG de Gabriel e ela precisaria de forças pra sair de casa. Mesmo Gizelly indo a levar de carro, mas as dormidas interrompidas e as amamentações estavam realmente sugando qualquer energia sua.

A mão de Gizelly alcançou a sua e entrelaçou os dedos. Rafaella suspirou, sentindo o corpo relaxar mais. O sono começou a atingir, a respiração de Gizelly batendo contra suas costas fez com que sua atenção se voltasse só para isso, de uma forma que os pensamentos foram se tornando o início de um sonho.

E então, como se tivessem passado apenas alguns segundos, o choro de Gabriel a despertou.

— Estou indo, meu amor! — A voz de Gizelly fez Rafaella abrir os olhos. Ela ajeitou Gabriel e o pegou no colo. — Tá com fominha, é? Sua mamãe já tá acordada, não precisa chorar!

A mais velha encostou na cabeceira da cama, enquanto Gizelly a ajudava a ajeitar Gabriel. Olhou para o relógio ao lado da cama, marcando 3:43 da manhã. Ela havia dormido por quase duas horas, isso havia sido bom.

Ela estava batendo recordes desde que voltou a dormir com Gizelly, porque no hospital, não conseguia fechar os olhos e já despertava.

Assim que ele terminou de mamar, Gizelly o colocou para arrotar enquanto cantarolava algumas músicas. Um hábito que ela tinha criado e Rafaella achava uma graça. E se ela não estivesse com tanto sono agora, teria ficado assistindo a cena que aquecia seu coração, mas foi exatamente isso que a fez fechar os olhos com tanto conforto na cama.

Quando acordou novamente, estava com o rosto contra a pele de Gizelly. Não sabia exatamente onde, mas descobriu logo quando moveu apenas um centímetro e sentiu o queixo encostar em um dos seios dela.

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