Noites Selvagens!

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Buenas noches queridos leitores. Como agradecimento aos 93K de visualizações eu decidi dar esse mimo para vocês! Muito obrigada por mais essa meta atingida na fic!

Temos dois flashbacks do início de 2023 nesse cap, eles estão em itálico.

Boa leitura! Amo vocês, e eu espero que se lembrem bem desse capítulo antes de quererem me matar nos próximos.

LEMBRETE: Esse cap se passa antes da reportagem ser lançada!

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"Como ela está?"

Anne segurou o celular com mais força, encostando a testa na parede do corredor. Seus olhos azuis desviaram em direção à sala de estar.

"Anne?"

Havia uma figura no sofá, sentada com a postura tão ereta que devia estar doendo, ombros tensos. O cabelo ruivo estava preso em um rabo de cavalo tão apertado que nem uma partida de cinco sets desmancharia. Do corredor, Anne conseguia ouvir o som incessante dos dedos pressionando o teclado do laptop. Na mesinha da sala, uma terceira caneca de café já estava quase vazia.

Algumas horas atrás, Anne havia substituído uma das canecas por água. Alice nem havia percebido a troca.

"Eu não sei como explicar, Carol." Ela suspirou.

"Explica pra mim como ela simplesmente apareceu aí na Holanda do nada então."

Anne estremeceu. "Bom, ela não apareceu do nada..."

"Então só eu estou de fora?"

"Não, não é bem assim." Ela tentou acalmar, já notando a ênfase nas palavras de sua esposa.

"Quando você me falou que ia visitar seus pais, eu só não esperava ver a Alice aí, especialmente depois..."

"A Helena me ligou, umas semanas atrás." Anne coçou a sobrancelha, olhando novamente para Alice no sofá. Ela continuava com aquele foco profundo e assustador. "Alice já tinha me contado sobre o término..."

"Eu jurava que eles iriam se casar um dia." Carol comentou.

"Eu também," Anne falou baixinho, "Alice não me contou muita coisa, só que foi uma decisão mútua."

Ela escutou Carol exalar o ar com um som de simpatia. "Mesmo assim, eles estavam juntos há mais de dez anos..."

"Esse é o problema."

"Mas ela está bem?"

Na hora do almoço, Alice ainda nem havia se mexido. Anne não sabia muito bem como abordar as olheiras sob os olhos de Alice, que pareciam ter afundado em seu esqueleto e perdido todo o brilho neles.

"Eu honestamente não sei nem dizer, amor." Anne suspirou. "Tem dias que ela mal consegue fazer alguma coisa sem desabar em lágrimas, e em outros ela trabalha sem parar por mais de doze horas."

"Meu Deus."

"Ontem eu tive que lembrar ela de ir ao banheiro, ao banheiro, Carol! Parece que o corpo dela nem está dando sinais do que precisa para o cérebro."

Mesmo assim, o que mais surpreendia Anne era que a casa não estava desorganizada - muito pelo contrário! Alice fazia qualquer coisa para ocupar a sua mente e não pensar, inclusive limpar.

risk | rosamaria montibellerOnde histórias criam vida. Descubra agora