A Linguagem das Flores

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PUTA QUE O PARIU 10K DE VISUALISAÇÕES VOCÊS SÃO RIDICULOOOOSSSSSS!

Gente ontem a noite eu fiquei rindo tanto com os comentários de vocês,

fiquei tão feliz que custei a dormir pq não parava de pensar nas reações de vocês.

Meu wattpad ficou tão travado que eu nem consegui responder os comentários de vocês, fiquei até meio triste com isso.


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Uma vez, quando ainda era criança, a mãe de Alice disse que 'A linguagem das flores era a linguagem do amor'. Talvez fosse muita expectativa dela esperar que uma menininha de sete anos entendesse o que essas palavras realmente queriam dizer, mas hoje, aos vinte e sete anos, Alice já tinha um pouquinho mais de conhecimento da vida.

Ela sabia sim falar a linguagem das flores, e tinha uma parte de sua estante de livros dedicada apenas a volumes que falavam sobre plantas, flores e os extensos e complicados significados delas entre diversas culturas do mundo. Alice era, a esse ponto, uma autodidata nesse assunto, foi ela quem instruiu Anne em quais flores dar para Carol em diferentes momentos do relacionamento das duas.

Um buquê de margaridas e lavandas no início do relacionamento, quando ainda estavam se conhecendo. Tulipas e rosas cor-de-rosa quando começaram a namorar à sério. Rosas vermelhas e lírios brancos quando foram noivar, pureza, dedicação, longevidade...

Uma vez, Alice tinha outra pessoa que falava a mesma língua. Ou pelo menos ela pensava que tinha.

Alice suspirou, se agachando na areia morna da praia, trazendo a pequena câmera CyberShot até os olhos e focando no pequeno canteiro de lavanda marítima que circulava o canteiro de uma árvore. Os galhos finos com o amontoado de flores roxas no topo se mexiam com o vento, e ela esperou alguns segundos, se concentrando para tirar a foto que a vista merecia.

"O que está fazendo?"

Os braços de Alice se moveram com a quebra de concentração súbita no mesmo momento em que havia tirado a foto. Ela sibilou baixinho, checando para ver e, realmente, as flores roxas acabaram meio tremidas na foto. A ruiva desligou a câmera e olhou para cima.

"Brincando de esconde esconde, quer participar? Eu fecho os olhos, conto até dez e você se esconde."

"Eu prefiro brincar de outra coisa." Rosamaria respondeu.

Alice se levantou devagar, espanando os grãos de areia que insistiam em ficar grudados no joelho. Seus olhos seguiram diretamente para Rosamaria, que estava bem ali, quase como uma miragem em meio à brisa salgada e ao som das ondas quebrando. A jogadora, agora com os cabelos livres do coque habitual, usava um boné preto que escondia parte do rosto, uma camiseta azul folgada e shorts jeans que revelavam mais pele do que o uniforme. Alice arqueou uma sobrancelha.

"Você me segue agora? Stalker?" Alice inclinou a cabeça, tentando esconder o leve sorriso de canto que surgia.

Rosamaria soltou uma risada leve, mas não sem uma pitada de provocação. "Quem tem uma câmera em mãos é você," respondeu, apontando com o queixo para o equipamento que Alice carregava. "Mas, se serve de consolo, acho que é só coincidência."

Alice deixou escapar um suspiro, como se não estivesse totalmente convencida. "De todos os lugares... não esperava te encontrar aqui." Ela olhou ao redor, para o horizonte da praia. "Achei que teria treinos."

Rosamaria parou ao lado dela, uma presença calorosa apesar do vento frio que começava a subir. "Não... hoje estamos livres. Jogamos de manhã, então temos o resto do dia para descansar. Amanhã voltamos à rotina."

risk | rosamaria montibellerOnde histórias criam vida. Descubra agora