Committing Madness For Love ||Wantasha// You

𝟮𝟯-❝...𝑉𝑜𝑐𝑒̂𝑠 𝑠𝑎̃𝑜 𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑖𝑠𝑎𝑙 𝑒 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜.❞

YOUR POINT OF VIEW

Veneza - 3:52 AM

— Meio que não foi tão sonho assim. — A menina diz de uma vez.

— O quê? — Por um segundo, juro que minha mente sai do corpo, pois sinto como se estivesse voando entre nuvens, mas não de uma forma boa, é mais uma sensação anestésica.

— Você tem poderes aqui também? — A morena está tão animada que parece não notar minha confusão ao franzir o cenho.

Aqui também? 

— Como assim? — Incapaz de aumentar o tom de voz, eu sussurro. A mais nova me ignora totalmente, continuando com suas perguntas inacabáveis.

— Qual seu nome aqui? — Mais uma vez sinto a palavra "aqui" me incomodar. 

Olho ao redor, suspirando profundamente para não surtar e acabar tendo outra crise de ansiedade, porém durante o processo, percebo algo que havia passado despercebido por mim.

— Você namora com a Wan... — Antes que pudesse terminar, a corto.

— Garota, para. — Ergo minhas mãos, reforçando o fato de que ela precisava parar seu falatório agora. — Antes que eu responda todos esses seus questionamentos, me diz uma coisa. — Uso minha voz mais calma possível. Ela ajeita a postura, assentindo com a cabeça. — Primeiramente, qual o seu nome? — Vejo-a hesitar por um momento, pensando se diria, ou não.

— America Chavez. 

Balanço a cabeça, absorvendo a nova informação enquanto caço na minha memória alguma lembrança com esse nome, mas não há nada.

— America, como você entrou aqui? — Indago. Seu corpo congela imediatamente, e me aproveito desse silêncio para continuar. — Só há um caminho para subir até aqui, e tenho certeza de que a entrada está fechada nesse momento.

— Eu... — Chavez olha ao redor, como se estivesse procurando algo. — Você deixou a porta aberta, eu apenas passei. — Mente na cara dura. Solto um riso sarcástico, estreitando os olhos.

— Só que eu não entrei pela porta. — Falo. A garota abre e fecha a boca diversas vezes, sem saber o que diria. — Me diz a verdade.

— Não sei se posso confiar em você. — Capto sinceridade na sua voz. Sem que pudesse controlar, sinto uma irritação começar a crescer dentro de mim, pois a mais nova insistia em esconder algo que eu já havia descoberto. Não tinha para onde fugir.

— Teletransporte? É esse seu poder? — Chuto a primeira opção que veio em mente. Ela faz uma expressão estranha, como se tivesse ficado ofendida.

— Óbvio que não, eu abri um port... — Para de dizer assim que se dá conta que estava revelando exatamente o que aparentemente não poderia. 

— Que tipo de portal? — Soo mais séria.

Um silêncio de quase um minuto nos engloba, pois a menina parece analisar a situação completamente.

— Intermultiversal. — Revela. Abaixo a cabeça, fechando meus olhos com força.

Isso não pode está acontecendo.

Tudo o que acreditei todos esses anos estavam indo por água abaixo nesse momento; a chave do multiverso não é um objeto, mas sim uma pessoa, uma adolescente que sequer deve ter passado pela puberdade ainda. Quanta idiotice. Mas minha maior dúvida era o porquê de ninguém ter me avisado esse fato, não é um detalhe que normalmente se esquece.