A Noiva Roubada do Orc

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Os olhos de Kari se abriram, a confusão a enchendo enquanto ela se encontrava mais uma vez em um lugar desconhecido. Ela estava muito cansada quando Merow a trouxe aqui para prestar muita atenção ao seu entorno. O brilho suave de uma lamparina a óleo lançava sombras dançantes sobre vigas de madeira toscas acima. Ela se sentou lentamente, seus dedos afundando nas peles felpudas que cobriam uma cama enorme. Um cheiro familiar provocou seu nariz e ela de repente se lembrou de que estava na cama de Wulf.

O impacto da situação a atingiu novamente. Compartilhar um saco de dormir sob as estrelas parecia temporário, quase como uma aventura. Mas isso... isso parecia permanente. Real.

Ele tinha sido tão paciente com ela na jornada, apesar do calor em seus olhos e sua ereção aparentemente sempre presente. Mas instalá-la em seus aposentos, a maneira possessiva como ele a apresentou aos outros orcs... Ele esperaria mais agora? O beijo no riacho passou pela mente dela, enviando um arrepio pela espinha — não inteiramente de nervosismo.

Ela se levantou abruptamente, precisando se mover, pensar. Ela deslizou para fora da cama, seus pés descalços afundando em um grosso tapete de pele de urso. Pareciaexatamente como uma que ela tinha visto em uma revista uma vez e ela balançou a cabeça. Outra daquelas estranhas semelhanças com a Terra.

O vestido que Merow lhe dera era longo demais, acumulando-se em seus pés, e ela teve que segurá-lo enquanto explorava. Merow havia prometido consertá-lo, seu cacarejar maternal era ao mesmo tempo reconfortante e estranho, mas o vestido era uma mudança bem-vinda de sua camisa emprestada.

A cama dominava um quarto espaçoso, sua estrutura resistente feita de troncos grossos, polidos e lisos por anos de uso. Entalhes intrincados adornavam a cabeceira, um padrão entrelaçado que sugeria palavras, mas permanecia frustrantemente obscuro. Ela caminhou pelo quarto, atraída por um baú ornamentado encostado na parede mais distante. Sua superfície brilhava com metais incrustados, formando padrões giratórios que pareciam se mover na luz bruxuleante da lâmpada, o artesanato requintado.

Um arco a levou para uma área de estar, mobiliada com cadeiras de madeira enormes estofadas em peles mais grossas. Uma grande mesa ocupava um canto. Papéis cobertos com uma escrita desconhecida estavam espalhados, e ela correu os dedos sobre as letras estranhas, desejando poder decifrar seu significado. Uma combinação de livros encadernados em couro e pergaminhos enrolados, junto com uma variedade desordenada de objetos, enchiam as prateleiras atrás da mesa.

Um mapa aberto sobre a mesa chamou sua atenção - suas bordas e pontos de referência eram completamente estranhos para ela, mas havia algo sobre o contorno que parecia vagamente familiar e ela suspirou. Não importa quais semelhanças ela descobrisse, esta não era sua Terra.

Um suporte para armas estava pendurado na parede ao lado da lareira, exibindo uma impressionante variedade de lâminas. Seu olhar permaneceu em umparticularmente uma adaga ornamentada, seu punho adornado com o que pareciam pedras preciosas, antes de olhar ao redor da sala novamente. Se houvesse similaridades entre esta terra e a Europa medieval, Wulf era um homem de alguma riqueza e importância.

Essa suspeita foi ainda mais agravada quando ela abriu a porta de uma pequena sala adjacente e descobriu um banheiro bruto, mas reconhecível. Um fio d'água constante corria por um canal abaixo dele, levando os resíduos embora. A engenhosidade do sistema a impressionou, e certamente era um passo à frente de ficar agachada na floresta.

Ela retornou ao quarto onde pesadas cortinas de tecido simples emolduravam janelas que davam para uma escuridão tingida de vermelho. Ela caminhou até o assento da janela, afundando em uma almofada de couro grossa enquanto olhava para a área central abaixo. A luz do fogo da enorme fogueira no centro lançava sombras longas e dançantes pelo pátio, iluminando as formas maciças dos orcs celebrantes.