A Noiva Roubada do Orc

16

O peito de Wulf doeu quando ele olhou para Kari, seu calor e amor irradiando pelo quarto iluminado pela lua. O peso de suas responsabilidades, que o estavam esmagando pelos últimos dois dias, pareceu aliviar na presença dela. Ele respirou fundo, saboreando o momento.

"Eu seria um tolo se rejeitasse essa benção por mais tempo", ele admitiu, e gentilmente segurou sua bochecha. "Eu te amo, minha gemshin."

As palavras saíram com uma facilidade surpreendente, uma verdade que ele vinha segurando por muito tempo. Enquanto falava, ele sentiu uma sensação de acerto se instalar sobre ele. Era para ser assim.

Seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas, mas seu sorriso era radiante.

"Eu também te amo, Wulf."

Wulf fechou a distância entre eles em dois passos largos, puxando-a para seus braços. A sensação da pele macia dela contra a dele enviou uma descarga elétrica através dele. Ele segurou o rosto dela gentilmente, maravilhado com o quão perfeitamente ela se encaixava contra ele.

"Minha companheira", ele sussurrou reverentemente antes de reivindicar os lábios dela em um beijo apaixonado.

Enquanto se beijavam, Wulf sentiu a última de suas dúvidas se dissipar. A maldição, seus deveres, o peso da liderança - nada disso importava naquele momento. Tudo o que existia era Kari, seu amor e a promessa de um futuro juntos. A realização o atingiu de repente - eles precisavam tornar sua união oficial, não apenas para si mesmos, mas para todo o clã.

"Devíamos ter uma cerimônia de acasalamento, fazer uma celebração para todo o clã", ele disse, e o rosto dela se iluminou.

"Para dar-lhes esperança", ela disse, e ele assentiu, satisfeito por ela ter compreendido o significado. "Quando?" ela acrescentou,

"Amanhã." Ele riu da expressão chocada dela. "Merow vai nos ajudar a nos preparar - e eu não quero esperar mais."

Quando as palavras saíram de sua boca, ele se lembrou de que havia algo que precisava dizer a ela e respirou fundo.

"Você deveria saber que eu já fiz meus votos — no santuário, quando te encontrei pela primeira vez."

Ele a observou cuidadosamente, procurando por qualquer sinal de decepção ou raiva. Para seu alívio, a expressão dela permaneceu aberta e amorosa.

"Mas o pensamento de compartilhar esses votos com você, na frente do nosso povo..." ele continuou. "A ideia me enche de felicidade. Quero que todos testemunhem nossa união e vejam a esperança que nosso amor traz."

Pouco antes do pôr do sol do dia seguinte, ele estava na beira do pátio, com o coração batendo forte. O céu brilhava com laranjas e roxos brilhantes, um cenário adequado para a ocasião.Guirlandas de flores silvestres pendiam de todas as superfícies disponíveis, seu doce aroma se misturando ao aroma defumado da carne assada. Estandartes com o brasão do clã tremulavam na suave brisa da noite, um lembrete do legado que todos compartilhavam.

Ele tentou ajudar com os preparativos, mas Merow o proibiu.

"Não dessa vez", ela disse, mandando-o embora com um aceno de mão. "Esta é sua celebração. Deixe que nós cuidamos de tudo."

Ele abriu a boca para protestar, mas o conjunto determinado da mandíbula de Merow lhe disse que seria inútil. Em vez disso, ele assentiu e deu um passo para trás, contente em observar o caos alegre ao seu redor.

O ar se encheu de risos e música enquanto os membros do clã corriam de um lado para o outro, montando mesas e arrumando assentos para a festa. Seu peito apertou enquanto ele observava seu povo se reunir para celebrar