05 - Conexões e Desconfianças

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Henri caminhava pelas ruas de Paris, suas mãos enterradas nos bolsos do casaco, sentindo o frescor da brisa noturna. A cidade estava viva ao seu redor, mas sua mente estava longe, concentrada na lembrança da tarde que passara com Joanne. Cada detalhe da conversa, cada sorriso trocado, o fazia pensar sobre a complexidade daquela mulher que, mesmo sem saber, o atraía para um mundo de possibilidades e incertezas.

Ao chegar ao seu apartamento, Henri se permitiu relaxar, embora a sensação de magia que sentira ao lado de Joanne ainda o intrigasse. Havia algo em torno dela que ele não conseguia ignorar. Ele sabia que não era apenas o interesse pessoal que o motivava; havia algo mais, algo que ele não conseguia identificar completamente.

Enquanto isso, Joanne caminhava de volta para seu apartamento, tentando entender a inexplicável conexão que parecia sentir com Henri. Havia algo de familiar nele, algo que ela não conseguia definir. Era como se suas presenças se completassem, como se ele fosse uma peça de um quebra-cabeça que ela nem sabia que estava montando.

Ao chegar em casa, Joanne se jogou no sofá, ainda perdida em pensamentos. A magia que sentira perto de Henri a deixara inquieta. Ela sempre fora sensível a energias ao seu redor, mas essa sensação era diferente, mais intensa. Seria possível que ele soubesse sobre o mundo mágico? Ela não podia descartar essa possibilidade, mas também não queria fazer suposições precipitadas.

Nos dias que se seguiram, Henri manteve seu foco dividido entre as aulas e a tentativa de se aproximar mais de Joanne. Ele se inscreveu em mais aulas na universidade, um pretexto para ficar mais próximo dela, enquanto tentava descobrir mais sobre seu passado e suas conexões com o mundo mágico.

Joanne, por sua vez, começou a observar Henri com mais atenção. Ela percebia pequenos detalhes que antes haviam passado despercebidos — como o jeito que ele parecia saber exatamente onde ela estava, ou como ele parecia sempre aparecer nos lugares certos, na hora certa. Essas coincidências começaram a formar um padrão, e Joanne se viu cada vez mais desconfiada.

— Eu sei que ele está escondendo algo. — Joanne murmurou para si mesma enquanto revisava alguns papéis em seu escritório. Ela não era uma pessoa naturalmente desconfiada, mas algo em Henri a deixava em alerta. Ele era gentil, educado, mas também havia uma profundidade nele que ela ainda não conseguia entender.

Em uma tarde chuvosa, algumas semanas depois de seu último encontro no café, Henri decidiu que era hora de tomar uma atitude mais direta. Ele esperou até o final das aulas de Joanne e a abordou quando ela saía da universidade, protegida por um guarda-chuva.

— Senhorita Paige. — ele a chamou, correndo para alcançá-la. Joanne virou-se para encará-lo, um misto de surpresa e apreensão em seus olhos.

— Henri. — ela respondeu, escondendo a apreensão com um sorriso. — Você está aqui de novo.

— Espero que não se importe. — Henri disse, abrindo um sorriso caloroso. — Na verdade, eu queria te convidar para jantar. Algo me diz que há mais sobre você que ainda não sei.

Joanne hesitou por um momento, seus instintos a alertando, mas a curiosidade acabou vencendo. — Tudo bem. Um jantar soa bem.

Os dois foram a um pequeno restaurante acolhedor, com uma atmosfera intimista que parecia convidar à confidência. Durante o jantar, a conversa fluiu de maneira agradável, mas havia uma tensão subjacente, uma sensação de que ambos estavam testando os limites um do outro.

— Você parece ser um homem de muitos segredos, Henri. — Joanne comentou casualmente, olhando-o com interesse.

Henri riu, tomando um gole de vinho antes de responder. — E você parece ser uma mulher de muita percepção, Joanne. Acho que todos temos nossos segredos, não é?

— Com certeza. — ela concordou, inclinando-se um pouco para frente. —Mas alguns segredos são mais interessantes que outros.

— Talvez um dia possamos compartilhar esses segredos. — Henri sugeriu, seus olhos fixos nos dela.

— Talvez. — Joanne respondeu, tentando manter o tom leve, embora seu coração estivesse acelerado.

Enquanto se despediam ao final da noite, ambos sabiam que aquela era uma batalha silenciosa, onde ambos tentavam desvendar o outro sem revelar suas próprias cartas. Havia muito mais acontecendo entre eles do que apenas uma simples atração, e tanto Henri quanto Joanne estavam cientes disso.

Ao caminhar de volta para casa, Joanne sentiu o ar frio da noite arrepiar sua pele. Ela sabia que estava se envolvendo em algo que poderia ser perigoso, mas não conseguia se afastar. Henri era um enigma, um mistério que ela queria desvendar, mesmo que isso significasse mergulhar em águas desconhecidas.

Henri, por sua vez, sabia que estava se aproximando perigosamente de algo que poderia mudar tudo. Mas ele também sabia que, para proteger Joanne e descobrir a verdade sobre ela, precisava continuar, mesmo que isso significasse arriscar seu próprio coração.

Paris, com todas as suas luzes e sombras, tornou-se o palco de uma história onde magia, segredos e emoções profundas estavam prestes a se entrelaçar de maneiras inesperadas. E tanto Henri quanto Joanne estavam prestes a descobrir o quão entrelaçados seus destinos realmente estavam.

Poção da Bruxa - O Despertar da SupremaOnde histórias criam vida. Descubra agora