04 - Entre o Dever e o Coração

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Mais tarde naquela semana, Henri retornou para Gorean e entregou o último relatório à mãe, que o leu e analisou cuidadosamente.

— Realmente não tem nenhuma garota na faixa dos 22 anos lá fora que seja a princesa?— ela perguntou, com uma expressão de preocupação.

— Não que eu tenha encontrado. Seria fácil rastrear a futura Suprema, daria para sentir o poder dela a quilômetros. Encontrei duas bruxas enquanto estive procurando por ela. Uma criança de 4 anos e a mãe dela. — Henri explicou.

— Que idade a mãe tem? — Verônica perguntou, interessada.

— 35 anos. O pai também é bruxo e tem a mesma idade.

— Dois bruxos vivendo no mundo não-mágico? — Verônica questionou, surpresa.

— Parece que eles preferem assim. Claro que aquela criança vai precisar vir para cá em breve. — Henri disse.

— Qual o nome da família? — ela quis saber.

— Campbell. A criança se chama Julia Ostrov Campbell. — Henri informou.

— Russos? — Verônica perguntou.

— Brasileiros. Um país na América do Sul. — ele esclareceu.

— A família poderia ser um sobrevivente de Salém? —Verônica sugeriu.

— Não são. Eu pesquisei. — Henri confirmou.

— Quando você volta para Gorean? — ela perguntou, mudando de assunto.

— Em 4 meses. Preciso cuidar de um assunto lá fora. — Henri respondeu. Verônica tocou o rosto dele, e ele se surpreendeu, ficando em silêncio.

— Um assunto ou uma mulher? — Verônica indagou, com um tom curioso.

— Uma mulher. Uma não-magi. — Henri revelou.

— Vocês estão namorando? — Verônica perguntou, tentando entender a situação.

— Não, ela é gay. — Henri explicou.

— Gay?! — Verônica exclamou, confusa.

— Ela sai com meninas. — Henri disse.

— Talvez ela só esteja experimentando a sexualidade dela... — Verônica sugeriu, levemente decepcionada. — Você está apaixonado, deveria dizer a ela como se sente. Um casamento mestiço nunca foi proibido.

— Eu sei, mas não quero arriscar que aconteça a mesma coisa com ela. Não sei se suportaria me casar só para ver outra mulher sofrer. — Henri disse, com um olhar sombrio.

— Não foi sua culpa, ela estava doente e todo mundo aqui ignorou. — Verônica consolou.

— Você precisa se perdoar Henri e tentar ser feliz.

— Eu sei... Por um tempo pensei que ela pudesse ser quem procuramos, mas a idade não bate. — Henri admitiu.

— Ela pode ter mentido? — Verônica sugeriu.

— Não me surpreenderia. Ela já mentiu uma vez. — Henri confirmou.

Henri passou alguns dias em Gorean e aproveitou a oportunidade para visitar Lira, uma jovem estudante que ele acompanhava há algum tempo. Quando chegou, trouxe consigo um saco de doces, o que fez com que Lira o recebesse com um abraço cheio de felicidade.

— Você trouxe mesmo. — Lira disse, ansiosa, enquanto abria o saco de doces e começava a comer. Ela tirou as luvas e se acomodou no colo de Henri, que a observava carinhosamente.

— Sempre cumpro minhas promessas, Lira. — Henri respondeu, acariciando-a enquanto olhava para a paisagem ao redor.

— Quem é ela? — Lira perguntou de repente, sua curiosidade despertada.

Poção da Bruxa - O Despertar da SupremaOnde histórias criam vida. Descubra agora