Capítulo 11: Eu Amo Você

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PEDRO

A festa parecia que não ia acabar nunca, mas, para ser honesto, eu já nem me importava mais com isso. A única coisa que me prendia ali era Laura, eu nunca gostei de musica alta e muita gente perto. Cada risada, cada olhar dela me deixava mais inquieto e Laura sabia disso. Ela era a mulher mais atraente da festa, e eu não era o único a notar. Os olhares famintos sobre ela me faziam querer tirá-la dali o mais rápido possível.

Quando minha mãe apareceu para dizer que o quarto estava pronto, eu vi algo nos olhos de Laura, um brilho, talvez de surpresa, talvez de hesitação. Mas, como sempre, ela rapidamente levantou aquela barreira, como se estivesse me testando, me desafiando a ver até onde eu iria.

Descemos juntos até o meu quarto, o silêncio entre nós carregado de tensão. Assim que entramos, o olhar de Laura foi direto para a cama. Ela balançou a cabeça, meio que rindo de si mesma.

- Eu preciso ir para o hotel - disse ela, mais para ela mesma do que para mim, como se isso resolvesse alguma coisa.

- Esquece isso - eu disse, cruzando os braços, olhando para ela. - Não tem como sair agora, Laura. As regras daqui não permitem.

Ela me encarou, como se considerasse suas opções, e soltou um suspiro. Eu sabia que, no fundo, ela já tinha desistido da ideia de ir embora.

- Você fica com a cama, eu durmo no chão - ofereci, tentando soar cavalheiro, mesmo que minha mente estivesse em outra direção completamente diferente.

Ela arqueou uma sobrancelha, aquele olhar desafiador que sempre mexia comigo.

- Pedro, já dividimos uma cama antes. Não precisa disso.

Ela estava certa, mas agora era diferente. O ar estava pesado, carregado de algo que não conseguimos ignorar. Cada movimento, cada olhar parecia aumentar essa tensão sufocante entre nós. E eu não sabia mais o que fazer, se tomava a iniciativa ou se deixava o clima desabar entre nós.

- Bom, eu vou dormir feito uma pedra, porque acordei cedo e estou esgotada, pode ficar com esse lado da cama - ela cedeu, se jogando na cama como se o peso do dia finalmente a tivesse alcançado.

Dividimos a cama, e o quarto ficou em silêncio. Um silêncio cheio de expectativa, de desejo não dito. Eu apaguei a luz, mas, mesmo assim, a presença dela era impossível de ignorar. Eu sentia o calor do corpo dela tão perto, quase como se estivesse me queimando.

Eu estava deitado, tenso, ouvindo cada respiração dela, cada movimento e seu perfume tomando conta do quarto. E a cada vez que ela se mexia, a cama parecia ficar menor. A distância entre nós era mínima, mas ao mesmo tempo parecia um abismo que eu não sabia como cruzar.

Laura estava tão inquieta quanto eu. Ela se mexia, virava, e o simples som do tecido deslizando sobre a pele dela fazia meu corpo reagir de um jeito que eu não conseguia controlar. Minha respiração estava pesada, e cada célula do meu corpo implorava por proximidade, até que não aguentei mais.

- Laura... - minha voz saiu baixa, rouca, carregada de algo que eu não conseguia mais segurar.

Ela parou de se mexer, e no silêncio seguinte, o ar ficou ainda mais denso. Eu sabia que ela sentia o mesmo. Sabia que aquela tensão entre nós não era só minha imaginação. Ela também estava lutando contra isso, tanto quanto eu.

Eu não conseguia mais me segurar. Virei para ela, sentindo o calor do corpo dela tão próximo que era impossível resistir. Minha mão se moveu quase por vontade própria, e antes que eu pudesse me conter, meus dedos deslizaram pela cintura dela, tocando a pele macia.

Ela prendeu a respiração, mas não se afastou.

- Isso vai complicar tudo... - ela sussurrou, a voz carregada de dúvida, mas também de desejo.

Além das Telas: Uma Jornada de Amor e DescobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora