shinobu x tanjiro

relatorio

Os dias seguintes foram de intensa dedicação e força de vontade para Tanjiro. A recuperação não foi fácil, mas ele se recusou a ficar parado. Ele sabia que precisava se fortalecer novamente, tanto físico quanto mentalmente. A cada dia, Tanjiro se esforçava ao máximo para se recuperar. As sessões de fisioterapia eram dolorosas, e o cansaço o consumia, mas ele persistia, motivado pela lembrança de todos que ele queria proteger e pelos seus deveres como caçador de demônios.

Nezuko estava sempre por perto, apoiando-o com sua calma presença e encorajadora. Ela trazia água, ajudava a se levantar quando ele caía, e, às vezes, apenas sentava ao lado dele em silêncio, proporcionando-lhe uma companhia tranquila. Ela era sua rocha, sua razão para continuar, e ele sabia que não poderia enganá-la.

Zenitsu e Inosuke também fizeram visitas regulares, sempre tentando animar Tanjiro de seus próprios modos. Zenitsu era cheio de palavras de encorajamento — ainda que melodramáticas — enquanto Inosuke, por outro lado, desafiava Tanjiro a se levantar e ficar mais forte, dizendo que ele não poderia ser deixado para trás.

Após duas semanas de árduo trabalho, finalmente chegou o dia em que Tanjiro conseguiu ficar de pé e andar sozinho, mesmo que com o auxílio de muletas. Aquela sensação de autonomia, mesmo que limitada, foi um grande problema para ele. Ele sentiu o vento no rosto quando saiu pela primeira vez do quarto e pôde respirar o ar fresco da manhã na área externa da Corporação. Cada passo era um pequeno triunfo, um lembrete de que ele estava se recuperando, mesmo que lentamente.

No entanto, a recuperação não foi apenas física. Tanjiro sabia que eu precisava reavaliar muitas coisas em sua vida. Ele refletia frequentemente sobre suas lutas, sobre sua relação com Shinobu, e sobre as palavras de Muzan que Kaigaku havia mencionadas. Ele se perguntou se o destino o estava testando de uma maneira que ele ainda não compreendia totalmente. Cada reflexão parecia fortalecer sua determinação de continuar em frente, de ficar mais forte e proteger aqueles que ele ama.

Um dia, enquanto Tanjiro se esforçava para dar passos mais firmes no pátio da Corporação, ele viu Shinobu à distância. Ela estava conversando com uma das borboletas, rapidamente recebendo informações de uma missão. Tanjiro hesitou por um momento, mas, decidido, ele deu alguns passos na direção dela. Antes que ele pudesse se aproximar mais, Shinobu notou sua presença e virou-se para ele.

— Tanjiro — ela o chamou com um aceno de cabeça, sua expressão contida e contida.

— Shinobu... — Tanjiro respondeu, parando e se apoiando na muleta. Ele sentiu ainda uma distância fria entre eles, mas não demonstrou.

— Fico feliz em ver que você está se recuperando bem — comentou ela, como o mesmo tom profissional de sempre. — Mas lembre-se de não exagerar. Se forçar muito pode acabar atrasando seu progresso.

— Sim, eu sei — respondeu Tanjiro, concordando. — Obrigado por se preocupar.

Um breve silêncio se instalou entre os dois. Tanjiro sabia que as palavras de Shinobu eram cuidadosas, talvez para evitar qualquer tipo de emoção que pudesse quebrar a barreira que ela havia erguida entre eles. Ele sentiu o peso naquele momento, mas também sabia que não poderia pressioná-la. Ela tinha suas razões para manter a distância.

— Continue se cuidando, Tanjiro — ela concluiu, antes de se virar e sair para cumprir suas responsabilidades.

Tanjiro a inspira se afastar, sentindo uma mistura de sentimentos. A distância entre eles era dolorosa, mas ele respeitava a decisão de Shinobu. Ele sabia que, no fundo, ela também carregava suas próprias dores e preocupações, e não queria ser um fardo para ela.

Com um suspiro, Tanjiro olhou para o céu azul acima, sentindo o calor do sol em seu rosto. Ele tinha muito trabalho pela frente, e não apenas no caminho de sua recuperação. Ele crescerá, se tornará mais forte, e entenderá melhor seus próprios sentimentos e aqueles ao seu redor.