𝐍𝐎𝐕𝐄

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-- KEITH POV --

Eu estava com o coração nas mãos.

Se me lembro de alguma coisa? Praticamente nada. A última coisa que me lembro foi de sentir aquele impulso de raiva crescer em mim quando vi Lance amarrado e ver aquele estúpido protótipo chegar perto dele e ameaçar tirar-lhe a vida. O resto foi um apagão completo.

Eu deveria ter-me controlado. Não deveria ter deixado os meus impulsos vencerem. Não deveria ter deixado Lotor entrar na minha cabeça com aquelas manipulações dele.

O que me fez voltar à razão? Aquele clarão e ouvir aquelas palavras de Lance: 'Keith, eu amo-te...'. Algo em mim clicou e voltei ao meu estado normal. Já era tarde demais. Lance estava apagado no chão e os meus olhos se arregalaram.

"LANCE!" Gritei enquanto corria para o lado dele, sem nem me preocupar com o que iria acontecer com Lotor. Sabia que ele estava em boas mãos. Os membros da lâmina de marmora iriam tratar do resto.

Aproximei-me de Lance, tentando perceber se ele estava vivo ou não, controlando as lágrimas. Não me parecia morto ainda, parecia completamente fraco e quase drenado de energia, à beira de morrer se eu não fosse rápido o suficiente.

Ainda havia tempo. Pouco, mas havia. Instantemente, sem nem pensar muito, peguei Lance no colo e corri para o meu leão. Deixei Lance no meu colo, com a cabeça encostada no meu peito enquanto ligava os controlos do Leão preto e pilotava de volta até a base.

. . .

Neste exato momento estava contra uma parede enquanto Lance era levado para um pod de cura. Pidge havia conseguido replicar a tecnologia Alteana para a base da lâmina, já que iria facilitar bastante nos ferimentos das missões mais perigosas.

A minha mãe havia voltado de lá e me olhou com uma cara não muito de quem tinha boas notícias, mas sim de quem queria permanecer positiva.

— Ele já está no pod. — A minha mãe explicou e deu uma pausa. — Keith... Eu.. Não prometo que fique tudo bem.

Olhei para outro lado enquanto ouvia aquelas palavras. Não queria acreditar que haveria mais probabilidades de Lance não sair desta vivo. Não. Eu recusava-me a acreditar nisso.

Cerrei o punho.

— Vai ficar. — Disse. A minha voz saiu um bocado duvidosa, mas queria soar confiante. — tem de ficar.

A minha mãe olhou-me com um ar pesaroso. Ela suspirou e colocou a mão no meu ombro, o que me fez olhar para ela.

— Ele perdeu muita energia, Keith. Só não te quero dar falsas esperanças. — Ela deu outro suspiro. — Mas... Mesmo que sejam baixas, ele tem chances ainda.

— Eu sei. — Assenti. — Quero me focar nas poucas probabilidades.

— Ele é mesmo importante para ti, não é?

Fiquei durante uns segundos calado enquanto desviava o olhar novamente, mas assenti em confirmação. — Sim. É.

Os olhos da minha mãe suavizaram lentamente. Ela assentiu também e tirou a mão do meu ombro. — Sabes... Ele lembra-me muito o teu pai.

Locksmith || KlanceOnde histórias criam vida. Descubra agora