**Jogadas inesperadas**
Minho acordou na manhã seguinte com a mente em ebulição. As palavras de Jisung ainda ecoavam em seus pensamentos, e o peso das decisões que se aproximavam parecia se intensificar com cada batida de seu coração. Ele sabia que não poderia continuar ignorando a realidade: estava prestes a enfrentar a escolha mais importante de sua vida.
Naquela manhã, os corredores da casa dos Lee pareciam mais silenciosos do que o normal. Minho desceu as escadas, seu olhar distante, como se já não pertencesse àquele lugar. O aroma familiar do café recém-passado preenchia o ar, mas, pela primeira vez, o conforto daquela rotina parecia um lembrete do aprisionamento que ele sentia.
Ao chegar à sala de jantar, seu pai já estava sentado à mesa, lendo o jornal com seu habitual semblante austero. Sua mãe, sempre atenta, olhou para Minho com uma mistura de preocupação e expectativa.
— Dormiu bem, querido? — perguntou ela, com um tom suave.
— Sim, mãe, o suficiente — respondeu Minho, tentando esconder o turbilhão que se desenrolava dentro de si.
No entanto, Lee Jungwoo percebeu o desconforto no filho. Ele baixou o jornal lentamente, encarando Minho com aquele olhar que há anos o colocava em silêncio.
— Precisamos conversar — disse o pai, cortando o clima pacífico que a mãe tentava manter.
Minho sabia que a conversa seria inevitável. Ele se sentou à mesa, tentando controlar a respiração, sabendo que cada palavra sua poderia ser usada contra ele.
— Ontem à noite — começou seu pai —, sua explosão foi... preocupante. Nós te criamos para ser forte, Minho, para carregar o legado dos Lee. Mas parece que você está deixando essas influências externas... — ele fez uma pausa, estreitando os olhos, como se soubesse exatamente a quem estava se referindo — ...desviarem sua atenção do que realmente importa.
Minho não pôde evitar sentir seu corpo enrijecer. Ele sabia que, aos olhos de seu pai, Jisung era a influência "errada". Mas Jisung havia sido a única pessoa a mostrar-lhe a possibilidade de um mundo além das paredes da família Lee. E agora, confrontado com o peso das expectativas de seu pai, Minho não conseguia mais aceitar cegamente aquelas ordens.
— Pai — Minho começou, escolhendo suas palavras com cuidado —, eu entendo a importância do nosso nome, da empresa, e do que vocês construíram. Mas eu não posso mais ignorar que... talvez o caminho que vocês querem para mim não seja o que eu quero para mim mesmo.
A sala ficou em um silêncio sepulcral. Sua mãe, sempre contida, arregalou os olhos, e seu pai o olhou como se Minho tivesse acabado de pronunciar uma blasfêmia.
— Não seja tolo, Minho — respondeu seu pai, com um tom frio. — Você não tem escolha. Você foi criado para seguir esse caminho. E é isso o que fará. A vida que você quer... não existe. Não para um Lee.
Minho se levantou, sua cadeira rangendo no chão de mármore. Seu coração batia acelerado, mas ele sabia que não poderia mais recuar.
— Talvez eu precise criar essa vida, então.
Lee Jungwoo ficou em silêncio por um momento, seu olhar fixo no filho, avaliando cada movimento, cada respiração. Quando finalmente falou, sua voz estava mais baixa, mas carregada de ameaça.
— Se sair dessa casa, Minho, você não voltará. Se escolher esse caminho... não terá mais nada. Nem seu nome, nem sua herança.
Minho sentiu o impacto das palavras, como um soco no estômago. Ele sabia o que estava em jogo. Se decidisse seguir Jisung, seguir sua própria vida, estaria abrindo mão de tudo o que conhecia. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de continuar naquele ciclo, de ser moldado por vontades que não eram suas, parecia insuportável.
Ele olhou para o pai, sem recuar. Pela primeira vez, não sentia medo.
— Se é o preço para ser eu mesmo, estou disposto a pagar.
Sem mais uma palavra, Minho se virou e saiu da sala, deixando para trás o mundo que conhecia.
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𝕾𝖆𝖌𝖗𝖆𝖉𝖔 𝕻𝖗𝖔𝖋𝖆𝖓𝖔 - Minsung
FanficLee Minho era a peça fundamental no tabuleiro de xadrez de seu pai, pois ele era uma figura importante na empresa de sua família, e assim, jogando sujo como eles, ele ganharia muito dinheiro. Porém, Jisung entrou em sua vida não apenas com o intu...