**Escolhas e Conflitos**
Os dias que se seguiram foram um turbilhão. Minho estava mergulhado em reuniões, aprendendo a lidar com a nova realidade do mundo das startups. Tudo parecia uma batalha constante — desde convencer investidores até entender o mercado volátil da tecnologia. Mas, por mais desgastante que fosse, ele se sentia vivo, pela primeira vez em muito tempo.
Porém, conforme Minho mergulhava nesse novo universo, a sombra da família Lee continuava a pairar sobre ele. Seu pai não havia desistido. Na verdade, a pressão aumentava a cada dia. Minho ainda recebia ligações de parentes e advogados, mensagens sutis e diretas de que a porta para o império da família ainda estava aberta, bastava ele ceder.
Era em meio a esse caos que ele se viu novamente ao lado de Jisung, em uma tarde chuvosa de setembro. O apartamento de Minho, agora um espaço compartilhado com Jisung de forma quase natural, estava envolto por uma atmosfera tensa. Ambos sabiam que algo estava para acontecer, mas ainda não haviam discutido abertamente.
— Recebi outra mensagem do meu pai hoje — começou Minho, sua voz baixa e tensa, enquanto olhava pela janela. A chuva batia suavemente contra o vidro, quase em sintonia com seu estado de espírito.
Jisung, que estava sentado no sofá, levantou os olhos de seu notebook, observando Minho com atenção.
— E o que ele disse desta vez? — Jisung perguntou, o tom calmo, mas com uma preocupação velada. Sabia que, embora Minho tivesse decidido romper com a família, ainda havia uma parte dele que se sentia presa às expectativas que eles impunham.
— Ele me ofereceu uma última chance — Minho virou-se para Jisung, seus olhos cheios de conflito. — Uma última oportunidade de voltar. Se eu me casar com a mulher que eles escolheram, posso retomar minha posição na empresa. Todo o dinheiro, o poder, tudo que eu conheço... estará lá.
Jisung ficou em silêncio por um momento, seu olhar nunca deixando o de Minho. Ele já sabia o quanto essa proposta pesava sobre Minho, mesmo que ele não admitisse. Não era apenas sobre os negócios; era sobre o peso de ser um Lee, de carregar um legado que não podia simplesmente ser descartado.
— E você está pensando em aceitar? — perguntou Jisung, sua voz calma, mas havia uma tensão nos seus olhos. Ele não queria forçar Minho a escolher, mas a ideia de vê-lo voltar para aquele mundo o consumia por dentro.
Minho soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos, claramente frustrado.
— Eu não sei, Jisung. Parte de mim quer simplesmente dizer não, esquecer tudo isso. Mas a outra parte... Eu cresci naquele mundo. A vida que eu conheço está lá. E, honestamente, às vezes, me pergunto se estou sendo egoísta ao tentar fugir disso tudo.
Jisung se levantou e caminhou em direção a Minho, parando a poucos centímetros dele. Com um toque suave, ele segurou o rosto de Minho, forçando-o a olhar diretamente em seus olhos.
— Egoísta? — Jisung murmurou, os olhos brilhando com intensidade. — Você não está sendo egoísta. Está tentando ser você mesmo, longe das correntes que sua família colocou em você desde o primeiro dia. Isso não é egoísmo. É liberdade. E, Minho, se você voltar agora, eles vão te prender para sempre.
Minho fechou os olhos por um momento, tentando absorver as palavras de Jisung. Ele sabia que Jisung estava certo, mas o medo de perder tudo o que ele havia conhecido desde sempre ainda o perseguia.
— Mas e se eu fracassar? — Minho abriu os olhos, sua voz um sussurro. — E se nada disso der certo? E se eu perder você no processo?
O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. Jisung olhou para ele, uma mistura de frustração e carinho estampada em seu rosto.
— Minho... — Jisung começou, a voz baixa, mas firme. — Eu nunca te pedi para escolher entre mim e sua família. Mas, se você voltar para eles, vai estar escolhendo um caminho onde não existe espaço para nós. Você sabe disso. O mundo deles não nos aceita. Não aceita quem você realmente é.
Minho desviou o olhar, o peso daquelas palavras se acumulando em seus ombros. Ele sabia que Jisung estava certo, mas ainda era difícil aceitar. Era difícil cortar completamente os laços com a família, mesmo que esses laços fossem também sua prisão.
— Eu só... — Minho começou, mas suas palavras morreram antes de serem formadas. Ele não sabia como expressar a confusão que sentia.
Antes que pudesse terminar, Jisung o puxou para mais perto, os lábios se encontrando em um beijo urgente, quase desesperado. Foi um gesto cheio de emoção, uma tentativa de Jisung de mostrar a Minho o quanto ele significava, o quanto sua liberdade era importante. Minho correspondeu ao beijo com a mesma intensidade, seus braços envolvendo Jisung, buscando nele o conforto que o resto do mundo parecia incapaz de oferecer.
Quando se separaram, os dois estavam ofegantes, seus rostos a centímetros de distância.
— Eu estou com você, Minho — Jisung sussurrou, seus olhos fixos nos de Minho. — Não importa o que aconteça. Mas você precisa decidir se quer realmente ser livre. Ou se vai continuar preso às expectativas deles.
Minho não respondeu de imediato. Em vez disso, ele se afastou de Jisung, caminhando lentamente até a janela. A chuva continuava a cair, implacável, e ele sentiu como se estivesse no meio de uma tempestade, sem saber para onde ir. Tudo estava em jogo. Sua família, sua liberdade, seu relacionamento com Jisung.
Mas então, enquanto observava as gotas de chuva escorrendo pelo vidro, algo dentro dele mudou. Uma calma inesperada começou a tomar conta de seus pensamentos. Ele sabia que a decisão não seria fácil, mas, no fundo, a resposta sempre esteve ali.
— Eu não vou voltar — disse Minho, finalmente, sua voz firme. — Vou criar algo meu, algo que eles não possam controlar. Não vou me casar com alguém que eles escolheram. E, acima de tudo, não vou abandonar quem eu sou... quem eu quero ser.
Jisung, ainda parado perto da porta, sorriu, um sorriso genuíno, cheio de orgulho e carinho.
— Então é isso. O jogo deles acabou.
Minho se virou para Jisung, sentindo um alívio que nunca havia sentido antes.
— Sim. Acabou.
O caminho à frente ainda era incerto, mas Minho sabia que, com Jisung ao seu lado, ele estava finalmente pronto para enfrentá-lo.
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𝕾𝖆𝖌𝖗𝖆𝖉𝖔 𝕻𝖗𝖔𝖋𝖆𝖓𝖔 - Minsung
ФанфикLee Minho era a peça fundamental no tabuleiro de xadrez de seu pai, pois ele era uma figura importante na empresa de sua família, e assim, jogando sujo como eles, ele ganharia muito dinheiro. Porém, Jisung entrou em sua vida não apenas com o intu...